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quinta-feira, 25 abril, 2024

“Sem Remorso” entrega bom filme, mesmo dentro do clichê da vingança

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Chegou nesta sexta-feira (30) ao Prime Vídeo, o serviço de streaming da Amazon, “Sem Remorso” (Without Remorse), estrelado por Michael B. Jordan, que adapta o romance homônimo escrito pelo falecido Tom Clancy, escritor e historiador norte-americano, popular dentro do gênero literário de ação e suspense, muitas vezes adaptado aos videogames, como em jogos da franquia Ghost Recoon, Splinter Cell e Raibown Six, assim como em vários filmes do cinema hollywoodiano de espionagem estrelados por Jack Ryan, seu personagem mais famoso (interpretado por vários atores, desde Harrison Ford, Alec Baldwin até Chris Pine). Recentemente, Jack Ryan se tornou uma série da Amazon também, dessa vez vivido por John Krasinski (The Office, Um Lugar Silencioso). A série, com duas temporadas disponíveis no serviço de streaming, ainda não foi renovada para uma terceira.

O escritor e historiador norte-americano Tom Clancy, falecido em 2013.

A trama de “Sem Remorso” acompanha o militar de operações especiais John Kelly (Michael B. Jordan) que, após voltar de uma missão secreta em solo estrangeiro, com um desfecho altamente suspeito, descobre que seus companheiros de batalha estão sendo eliminados um a um (em uma espécie de queima de arquivo), o que fatalmente desencadeia em um ataque à sua residência, que acaba por vitimizar sua esposa grávida, na tentativa frustrada de assassina-lo também (pois John Kelly resiste e sobrevive). Sedento por vingança, Kelly parte para buscar a verdade e punir os assassinos de sua esposa e filha. Dirigido pelo italiano Stefano Sollima (diretor de Sicário: O Dia do Soldado, de 2018) temos reunidos todos os ingredientes possíveis para o filme mais clichê e genérico de vingança, certo? Não necessariamente!

O longa começou me surpreendendo, primeiramente, pelas atuações do ótimo elenco. Seria chover no molhado dizer aqui que Michael B. Jordan se entrega absolutamente em tudo o que faz, mas eu o farei mesmo assim: Mais uma vez, o cara mandou muito bem e literalmente rouba a cena, sendo aqui o corpo e a alma do filme. Em 2020, Michael B. Jordan foi eleito uma das 100 pessoas mais influentes no mundo e está, literalmente, na crista da onda. Mas devo também acrescentar elogios para a atuação surpreendente de Jamie Bell (que inclusive trabalhou com Michael B. Jordan no malfadado reboot de Quarteto Fantástico, de 2015), que eu não estou acostumado a ver nesse tipo de filme e Jodie Turner-Smith, de quem eu ainda não conhecia o trabalho. A aparição de Guy Pierce é interessante também, acrescentando mais camadas para o mistério todo.

Michael B. Jordan vem mostrando consistência em suas atuações, e na hora de aceitar papéis

A direção inspirada, extremamente detalhista, assim como a belíssima fotografia (pouco utilizada nesse tipo de filme), embrulham bem o pacote perfeito para que o protagonista brilhe. Mesmo dentro do clichê do gênero, o filme não se limita a contar uma história de vingança, pura e simplesmente, feito os filmes oitentistas de ação que este que escreve esse texto assistiu à exaustão, mas tenta elaborar dentro de um roteiro honesto e criativo, reviravoltas bastante interessantes e surpreendentes. Requentando (com o perdão do trocadilho) elementos da Guerra Fria, mesmo que de maneira um tanto quanto rasa e superficial, o longa ainda se propõe a tecer comentários (bastante críticos) sobre a polarização política dentro da América, assim como a maneira que os Estados Unidos lidam com a sua política externa e relações diplomáticas, principalmente com antigos inimigos de outrora. Além do patriotismo e nacionalismo exacerbado, de fato, os Estados Unidos nunca baixam a sua guarda.

Bom, se a ação convence e o roteiro tenta ser mais criativo com relação aos clichês do gênero, “Sem Remorso” também tenta dar o primeiro pontapé ao que parece ser um universo compartilhado de Tom Clancy dentro do streaming da Amazon. O longa ainda tem uma cena pós-créditos que corrobora e confirma a minha “teoria”. “Sem Remorso” é um filme bastante interessante, ainda mais para os fãs de conspirações políticas e espionagem, e certamente deve valer o seu tempo. Fica aqui a recomendação (e a dica para que passe a observar mais de perto alguns dos lançamentos da concorrente da Netflix).

Felipe Gonçalves

Colunista e apresentador do Novo Dia Geek

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