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sexta-feira, 26 abril, 2024

Crime organizado no Brasil é composto por 53 facções criminosas

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Por onde quer que se vá, do Oiapoque ao Chuí, as facções criminosas estão presentes. Seja em comunidades ou em áreas nobres. No ar, na terra ou no mar. Não existe um local em que não haja atuação do crime organizado no país. 

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Brasil, há pelo menos 53 facções atuantes — e no mínimo uma em cada Estado. Todas, porém, orbitam em torno da mais conhecida: o Primeiro Comando da Capital (PCC). Nascido em 31 de agosto de 1993, no presídio de Taubaté, no interior de São Paulo, o PCC avançou para além das fronteiras paulistas e, com o passar dos anos, chegou a outros países. 

O grupo é liderado por Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, conta com mais de 35 mil membros e hoje possui conexões com mafiosos estrangeiros — inclusive a poderosa ‘Ndrangheta, da Itália, responsável por abastecer a Europa com drogas. 

No Paraguai, o PCC encontrou um ponto estratégico onde adquiriu armas e drogas, como a cocaína, que obteve da Bolívia e envia para países europeus, através dos portos brasileiros. Esse crescimento resultou no rompimento com diversos outros grupos.

Antes aliados, o Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa do Rio Janeiro, e o PCC são inimigos declarados e disputam territórios. O grupo paulista atua em 24 Estados, além do Distrito Federal. O CV está presente em 13 e também atua no DF. 

Do total, apenas quatro Estados têm domínio exclusivo de uma facção: Mato Grosso do Sul, Piauí e São Paulo são áreas estratégicas da facção paulista; Mato Grosso é a “jurisdição” dos cariocas. 

A extensa lista de inimigos do PCC ainda conta com o Sindicato do Crime, responsável pelos ataques que aterrorizaram o Rio Grande do Norte (RN). Pelo menos 48 cidades do Estado registraram ação de criminosos. 

Na região Sudeste, outras facções em atividade também exercem influência, como a Amigos dos Amigos, Terceiro Comando Puro, Primeiro Comando de Vitória e Trem Bala. No Rio de Janeiro, além do crime organizado, existem as milícias, que também são grupos criminosos, mas com algumas diferenças. A principal delas é que as facções estão ligadas a presídios, enquanto as milícias possuem ligação com agentes da polícia.

O coordenador acadêmico da Escola de Segurança Multidimensional da USP, Leonardo Piquet  explica que a ascensão do PCC se dá pelo sistema de recrutamento e a proposta de comando diferenciado e descentralizado. “O PCC é a mais inovadora de todas as organizações criminosas do Brasil. O sistema de recrutamento, filiação e comando é extremamente inovador, tornando o Brasil a maior gangue prisional do mundo. O mais interessante é que qualquer um pode se tornar membro do PCC, basta ser ‘batizado’ nas quebradas ou nos presídios. 

Piquet diz ainda que a soma de todos esses negócios cria um organismo vivo que tem um cérebro pequeno e limitado e um corpo gigante revestido por um tecido poroso por onde entram e saem produtos e serviços ilícitos e infratores de vários tipos. “O PCC é forte porque é poroso, descentralizado e maleável. É uma grande inovação no mundo do crime”, destacou.

Ações violentas

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado no segundo semestre de 2021, foram registrados conflitos violentos dentro dos presídios em 11 Estados. Nas ruas, outras nove unidades federativas registraram episódios de confronto. 

Em alguns locais, a rivalidade chega a ser maior dentro do sistema prisional do que fora, mas casos como o de Rondônia mostram que ninguém está seguro, seja dentro ou fora da cadeia. 

Lá, moradores de  bairros controlados por uma facção podem ter problemas se precisarem ir a lugares controlados por outras. Piquet destaca que os grupos criminosos usam a violência como forma de garantirem territórios, negócios e até como forma de punições e cobranças. 

“Para intimidar a polícia e o Estado, a violência é a linguagem básica dessas organizações. Por isso, organizações criminosas precisam se armar continuamente. O ‘gasto militar’ com homens e armas é contínuo e custa muito caro. A instabilidade é a regra. A violência se dá nesse contexto, como ocorria nas sociedades tribais sem Estado. Eles estão sempre em guerra com seus vizinhos. A violência entre organizações criminosas não tem limite”, explica o especialista.

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