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sexta-feira, 26 abril, 2024

“Ghostbusters: Mais Além” abraça o fã com carinho e mira no futuro

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Chegou nesta última quinta-feira (18) aos cinemas de todo o Brasil, “Ghostbusters: Mais Além”, que parece ter mantido o nome em inglês na versão nacional do título, para justamente se afastar do último longa, o malfadado reboot de 2016 estrelado por um elenco feminino, chamado somente de “Caça-Fantasmas”. Aqui, finalmente temos uma sequência dos longas originais de 1984 e 1989, dirigidos por Ivan Reitman e que aqui, produz o filme de 2021 (que é justamente dirigido pelo seu próprio filho, Jason Reitman).

Bom, como parece que dirigir esses filmes deve ser um negócio de família para os Reitman e aqui temos uma trama apresentada e cimentada justamente em cima desse tema: o significado de família e o legado deixado das gerações passadas para as novas e vindouras gerações, e as que estão por vir. Uma mãe solteira com seus dois filhos passa por dificuldades financeiras e se vê obrigada a se mudar para uma cidadezinha do interior, aonde agora possui uma propriedade deixada de herança pelo velho pai, com quem ela não teve contato ao longo da infância e juventude. O que eles não imaginavam é que no final das contas, eles são a família do antigo caça-fantasmas Egon Spengler (vivido pelo saudoso Harold Ramis, um dos roteiristas dos longas dos anos 80), e que uma nova ameaça sobrenatural vai pôr a prova uma nova (e inexperiente) geração de aventureiros e combatentes do além.

Os carismáticos McKenna Grace e Finn Wolfhard (o Mike de Stranger Things, série da Netflix que já pagou seu tributo para a franquia, inclusive) tomam a frente do elenco, tendo em boa parte do tempo apoio do maravilhoso Paul Rudd, que faz um professor atrapalhado e simpático, da cidade aonde as crianças chegam para morar. Ao longo que o filme avança, ficou claro pra mim uma ligeira mudança no tom do longa, com relação ao original, que deixou um pouco de lado o humor mais bobo e pastelão do filme de 1984 e tentou abraçar uma aventura mais tensa e emocionante (bem humorada somente em alguns momentos). Mesmo assim e independente disso, pra mim ficou claríssimo que a tentativa aqui era justamente de dar uma despedida digna para a primeira trilogia da franquia (que nunca ocorreu e que agora, ganha sua terceira parte e consegue aqui fazer as pazes com o seu passado) e claro, dar uma despedida digna para o brilhante Harold Ramis, um dos criadores da franquia e que faleceu em 2014 (em uma espécie de “esquecimento da indústria”). Ramis também havia tido desentendimentos pessoais com Bill Murray e que por fim, só fizeram as pazes um pouco antes de sua morte.

Mesmo enquanto o filme realmente se esforça para apresentar e deixar ao mundo uma nova geração de Caça-Fantasmas, é absolutamente evidente o esforço em homenagear os filmes clássicos a todos os momentos possíveis e imagináveis, desde aos objetos de cena, aos ruídos, a sirene do Ecto-1 (o carro dos Caça-Fantasmas) a trilha sonora e principalmente dentro de uma centena de easter-eggs para satisfazer os fãs mais aficionados (feito esse, que vos fala agora). E quando o filme já parecia divertido o suficiente para mim, ele entrega um clímax absolutamente emocionante e nostálgico, que me fez terminar o filme em prantos. Que surpresa maravilhosa! Fui despretensiosamente assistir a 3º parte de uma das minhas aventuras favoritas dos anos 80 e fui presenteado com um filme absolutamente respeitoso e carinhoso, cheio de energia da juventude. Jason Reitman aprendeu direitinho com o pai. De fato, é bastante impressionante a quantidade absurda de detalhes com os quais eles se preocuparam em resgatar, só deixando esse universo criado lá atrás cada vez mais rico e empolgante.

“Ghostbusters: Mais Além” é bem filmado, tem um elenco super carismático, é respeitoso, carinhoso, abraça os fãs do original com força, rende uma homenagem lindíssima a todo o elenco e principalmente, mira no futuro, mostrando que os Caça-Fantasmas podem sim ter uma vida (ou uma sobrevida, como queira) bastante longa no cinema e na cultura pop. Deixo a recomendação máxima para que possam conferir e ouso em afirmar categoricamente que para os fãs da franquia o filme é absolutamente obrigatório. O longa de 2016 fica na minha imaginação como sendo apenas uma releitura mesmo, uma outra realidade do multiverso (que anda na moda), dentro um universo alternativo, deixando-o bem quietinho ali, aonde é o lugar dele. Agora sim, estamos novamente no caminho certo. Ah, e aguarde até o final: o filme tem duas cenas pós-créditos. Aproveite!

Nota 10!

Felipe Gonçalves é produtor de conteúdo no canal Sessão Set

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