Enquanto o Brasil registra quase 240 mil mortes causadas pelo covid-19, o Governante tira tempo para passear de jet-ski e desferir agressões contra jornalistas e veículos de comunicação. “O certo é tirar os jornais de circulação” disse o presidente enquanto caminhava na praia de Santa Catarina, na segunda-feira (15). A declaração foi transmitida pelo filho, Eduardo Bolsonaro.
“Com todo respeito, eu sou qualquer um do povo: proibir anexar imagens a título de proteger fake news. O certo é tirar de circulação — não vou fazer isso, porque sou democrata — tirar de circulação Globo, Folha de S.Paulo, Estadão, O Antagonista, que são fábricas de fake news”, disse o presidente.
No vídeo, Jair Bolsonaro também falou sobre o suposto bloqueio no facebook, classificando como ‘inacreditável’.
“Agora deixa o povo se libertar, porque tem liberdade. Logicamente que se alguém extrapolar alguma coisa, tem a Justiça para recorrer. Agora o Facebook bloquear a mim e a população é inacreditável. E não há uma reação da própria mídia, ela se cala. Falam tanto da liberdade de expressão para eles em grande parte mentir com matérias. Agora para a população é uma censura que não se admite”, completou.
Não é a primeira vez neste ano que o presidente da república ataca profissionais de comunicação
O presidente rebateu em janeiro deste ano, às críticas da compra milionária de seu governo com alimentação. O comentário realizado pelo presidente aconteceu em uma churrascaria, em Brasília, que ele fechou para realizar um evento privado com artistas.
“Quando eu vejo a imprensa me atacar, dizendo que comprei 2 milhões e meio de latas de leite condensado, vai pra puta que eu pariu, imprensa de merda. É pra enfiar no rabo de vocês da imprensa essas latas de leite condensado”, disse o Governante.
Ano de 2020 foi marcado por agressões contra jornalistas
De acordo com relatório divulgado em janeiro, (26/01), foram registrados 428 casos de violência contra jornalistas em 2020. Em 2019, o país teve 208 ocorrências. O principal agressor de jornalistas, segundo o levantamento, é Jair Bolsonaro.
“A explosão de casos está associada à sistemática ação do presidente da República para descredibilizar a imprensa e a ação de seus apoiadores contra veículos de comunicação social e contra os jornalistas”, afirmou a Federação Nacional de Jornalistas.
Relembre um caso de 2020
Em agosto do ano passado, durante visita à Catedral de Brasília, Bolsonaro foi questionado por um repórter do jornal O Globo sobre o motivo dos depósitos feitos a Michelle: “Presidente, por que a sua esposa recebeu R$ 89 mil do Fabrício Queiroz?”.
O presidente então reagiu: “Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá”. Sem responder à pergunta, Bolsonaro emendou: “Seu safado”.