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sábado, 27 abril, 2024

Dores crônicas alcançam 36,9% da população com mais de 50 anos

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Uma pesquisa custeada pelo Ministério da Saúde evidenciou que 36,9% dos indivíduos brasileiros com idade superior a 50 anos vivenciam dores crônicas em sua rotina diária. Essas estatísticas preliminares integram a mais recente fase do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil).

Os resultados da pesquisa apontam que os relatos mais frequentes de desconforto provêm, principalmente, de mulheres, pessoas de baixa renda, diagnosticadas com artrite, indivíduos que enfrentam dores nas costas ou na coluna, além daqueles com histórico de quedas e hospitalizações.

Segundo o médico ortopedista e traumatologista Fabrício Favalessa, o índice revelado é motivo de preocupação, pois acarreta uma notável diminuição na qualidade de vida para aqueles que enfrentam constantemente dores. “O impacto é significativo, resultando em restrições nas atividades diárias, ausências no ambiente de trabalho, limitações na prática de exercícios físicos e até o surgimento de quadros depressivos”, esclarece o especialista.

Dr. Fabrício Favalessa alerta que o que começa como uma simples dor aparentemente inofensiva pode evoluir para um quadro crônico. O problema se agrava quando a pessoa não dá a devida atenção, evita procurar um médico e negligencia a investigação da chamada “dorzinha” – termo frequentemente utilizado para minimizar desconfortos.

Uso de opioides

No que diz respeito ao uso de opioides, a pesquisa revelou que 30% dos indivíduos que relatam dores crônicas fazem uso desses analgésicos de alta potência, como a morfina. O Dr. Fabrício Favalessa destaca a importância desses medicamentos ao proporcionar alívio da dor, mas alerta para o risco de dependência quando não há o acompanhamento adequado.

“Os Estados Unidos, por exemplo, enfrentam uma séria crise de saúde pública devido ao uso indiscriminado dessas substâncias, resultando, inclusive, em numerosas fatalidades”, ressalta. “Isso não significa que devemos evitar o uso de opioides. Pelo contrário, eles representam excelentes opções terapêuticas quando prescritos criteriosamente e acompanhados por profissionais capacitados”, explica o médico.

Tratamento

O Dr. Fabrício Favalessa destaca que o tratamento da dor crônica é altamente personalizado, adaptando-se à realidade e às necessidades individuais de cada paciente. Segundo o profissional, uma abordagem multidisciplinar é o ideal, incorporando a adoção de hábitos saudáveis no cotidiano. “Embora o uso de medicamentos seja parte integrante do tratamento para a dor, não os considero como os únicos responsáveis pela melhoria do paciente”, afirma.

Ele enfatiza que “elementos não farmacológicos, como atividade física, alimentação balanceada, sono de qualidade e o gerenciamento de estresse, ansiedade e depressão, constituem as bases fundamentais desse tratamento multidisciplinar”.

Na prática de atividade física, as melhorias vão além do condicionamento físico, pois ocorre também a liberação de substâncias analgésicas que ajudam a reduzir a dor. A exclusão de determinados tipos de alimentos da dieta, como os ultraprocessados e produtos com excesso de açúcar refinado, sal e farinhas brancas, contribui para combater a inflamação associada à dor crônica.

Existem também diversas técnicas e procedimentos disponíveis, como infiltrações articulares, bloqueios na coluna, radiofrequência e neuromodulação. Este último é considerado o mais complexo, envolvendo a instalação de um eletrodo na coluna.

“Independentemente da técnica utilizada, é crucial confiar no profissional responsável pelo tratamento da dor. O paciente deve estar bem orientado e consciente do procedimento, assegurando uma parceria sólida”, destaca o Dr. Fabrício Favalessa.

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