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domingo, 5 maio, 2024

A história do mundo vive de mentiras

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Duas coisas formam a absoluta verdade: numa guerra, a primeira vítima é a verdade; e a história é contada pelos vencedores. Basta assistir a qualquer filme americano sobre guerras – eles, os americanos, são os mais espertos, os mais lutadores, os mais inteligentes. Seus adversários sempre são idiotas. São o tipo de mentira propagado pelos governos, que entrarão cedo ou tarde para a História.

Mas há outras mentiras que fazem parte da cultura. Ou, como afirmava Josph Goelbels, chefe da propaganda nazista, uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade. São as fake news que se perpetuam. Listamos aqui algumas das mentiras mais conhecidas, muitas produzidas por filmes de Hollywood.

Júlio César não falou nada disso

A história afirma que em março do ano 44 antes de Cristo, Júlio César, então imperador de Roma, foi assassinado por um grupo de senadores, revoltados com os rumos que o império estava tomando e de olho no poder maior. Entre os senadores estava Brutus, filho de uma das amantes de Júlio César, Servilia, e protegido por ele. Júlio César, ao ser apunhalado por Brutus, lhe falou: “Até tu, meu filho Brutus?”

Júlio César nunca disse isso. A frase foi colocada em sua boca em 1599 por Shakespeare, que escreveu a peça homônima. O escritor enfeitou a história. Júlio César realmente foi assassinado por um grupo de senadores e tomou tanta punhalada que ao cair cobriu seu rosto com a roupa. A frase hoje é símbolo de traição, mas não foi dita por César.

Van Gogh sem orelha

A história que nos contaram é que o pintor holandês Vincent Van Gogh cortou sua orelha esquerda com uma lâmina de barbear. Esse gesto foi motivado por um momento de loucura após o pintor discutir com um amigo, o também pintor Gauguin. No dia seguinte, Van Gogh entregou a orelha decepada embrulhada em um pano para uma amiga, a prostituta de nome Raquel.

Tudo cascata. Os dois pintores realmente discutiram. Discutiram não, brigaram feio. E Gauguin, armado com uma espada, cortou a orelha de Van Gogh – não tudo, só um pedaço. Essa história de Van Gogh sem orelha é produto da imaginação da época, que se perpetuou até os dias atuais. Resumindo: o auto retrato de Van Gogh sem a orelha é cascata.

A Nasa não inventou o velcro

Diz a lenda que a Nasa criou o velcro para facilitar a vida dos astronautas no espaço. Sem gravidade, o velcro foi a solução para as trocas de roupa nas alturas. É mentira, mas a Nasa deixou o povo acreditar na história. O velcro, na realidade, foi inventado por um engenheiro suiço, Georges Mestral, em 1948, quando nem existia a Nasa.

O suiço gostava de caçar, e em suas andanças pelo mato, resolveu examinar no microscópio as flores que ficavam grudadas na sua roupa. E aí ele descobriu que essas flores tinham ganchos muito pequenos. O engenheiro criou uma forma de reproduzir artificialmente o que as flores faziam naturalmente. A Nasa adotou o sistema e o popularizou. Hoje o velcro é usado em tudo – roupas, calçados e até por pilotos de Fórmula Um.

Walt Disney virou pó

É crença nos Estados Unidos, principalmente, que o corpo de Walt Disney está congelado há 54 anos. Fala-se que a família assim o fez na esperança que um dia a Ciência descubra uma forma de trazê-lo de volta à vida. Walt Disney, criador do Mickey, do Pato Donald, do Tio Patinhas, dos Irmãos Metralha e outros personagens, morreu em 1966, vítima de câncer de pulmão.

Seu corpo não foi congelado. Ao contrário, foi cremado e transformado em pouco mais de três quilos de cinzas. A história do congelamento apareceu por acaso, e foi alimentada pelo fato de seu funeral ter sido só para os íntimos. A família nunca desmentiu a história.

Chegou até a alimentar a versão. A história se propagou de tal forma que o pintor Salvador Dali afirmou certa vez que após morto, queria ser congelado, tal qual seu amigo Disney. Mas Disney não está empacotado em nenhum freezer.

A descoberta de Tutancâmon

Tutancâmon foi o faraó egípcio que mais ganhou notoriedade após a descoberta de sua tumba em 1922. E o arqueólogo Howard Carter, descobridor da tumba, floreou a história. Numa palestra nos Estados Unidos, contou que quem realmente achou a tumba foi um menino egípcio que lhe levava água, e que teria pisado no primeiro degrau da sepultura, levando o arqueólogo à escavação e à descoberta. A afirmação foi levada a sério, e a criança ficou conhecida como Menino da Água.

Tudo mentira. Nunca existiu esse menino. Só que a situação ficou fora de controle. Resultado: a versão aparece até em livros sérios, os acadêmicos. E um dos homens que trabalhavam para o arqueólogo, incorporou a história – a família de Abd El Rassul afirma categoricamente que Rassul era o menino.

Copérnico não descobriu isso

Diz a história que Nicolau Copérnico descobriu que a Terra girava em torno do Sol. A afirmação é que Copérnico estudou o movimento dos planetas anos a fio, até concluir que a Terra girava sobre si mesma (movimento de rotação) e junto com outros planetas girava também em torno do Sol (movimento de translação). Copérnico atraiu a ira da Igreja Católica em sua época com tal afirmação.

Outra cascata. O primeiro cara a perceber que a Terra girava em torno do Sol foi o grego Aristarco de Samos, que era astrônomo e matemático. Suas explicações sobre isso estão no tratado De Revolutionibus Caelestibus, feito 1.800 anos antes de Copérnico tomar para si a Teoria Heliocêntrica.

Origem duvidosa da comida

Todo mundo sabe o que é salada russa e omelete francesa. Seus nomes exprimem o óbvio. A salada foi inventada pelos russos, e a omelete pelos franceses. Outras grandes mentiras.
Na realidade, as tropas francesas cercaram a cidade de Cádiz, na Espanha, em 1810, época em que Napoleão, imperador da França, fazia e acontecia na Europa. Os espanhóis faziam suas omeletes acrescentando outros alimentos aos ovos, como a batata. Só que com os franceses por perto demais, os alimentos começaram a faltar. Sobrou para as galinhas. Os espanhóis passaram a comer o ovo sem mais nada, e depois da guerra, o costume pegou, ficando conhecido como a omelete dos franceses.

A salada russa foi inventada por um belga, Lucien Olivier, que tocava um restaurante em Moscou em 1860. Assim que o público conheceu a salada, o sucesso foi imediato, e levada para o resto da Europa, ficou conhecida como salada russa. Na Rússia, ela é a salada Olivier.

O dedo do imperador romano

A verdade: os romanos promoviam lutas entre gladiadores, que sempre terminavam em morte. O povo gostava e lotava as arenas de Roma. Mas diz a lenda que antes de matar o adversário, o lutador que estava em vantagem esperava um gesto do imperador – se ele baixasse o dedo polegar, estava liberada a matança. Isso foi difundido há muito tempo e tornado uma imagem clichê nos filmes produzidos por Hollywood.

Era exatamente o contrário. Quando o imperador liberava a matança, colocava o polegar para cima. Quando queria salvar a pele de alguém, fazia outro gesto; colocava o polegar direito na mão esquerda.

Elvis não inventou o rock

Em tudo está afirmado que Elvis Presley inventou o rock´n roll. Tremenda cascata. Nos anos 1950 e 1960, quando o rock pegou pra valer nos Estados Unidos, Elvis Presley era a figura perfeita para a indústria do entretenimento. Branco, de origem humilde, bonitão, o tipo ideal para convencer pais a comprarem a “música do diabo” para seus filhos. Havia muito dinheiro em jogo.

A verdade é outra. O rock, assim como outros gêneros musicais, foi inventado por negros americanos. O que Elviz fez foi tornar esse tipo de música popular a partir de 1954, quando gravou That’s All Right. Elviz pode ser o rei do rock, mas não seu inventor.

Pra quem acredita em horóscopo

A afirmação reinante é que o zodíaco tem 12 signos. Os signos são as constelações zodiacais que a linha imaginária que une a Terra do Sol mostra ao longo do ano. Nâo é bem assim. A Babilônia dividiu o zodíaco em 12 partes há três mil anos. Mas a conta não era exata – havia uma 13ª constelação, a de Ofiúco, que foi excluída de propósito.

Só que em 2016 a Nasa refez os cálculos e provou que o eixo da Terra não é mais o mesmo de três mil anos atrás. Segundo a Nasa, a linha imaginária entre a Terra e o Sol aponta para Virgem durante 45 dias, e para Escorpião somente sete dias. Moral da história – quem faz aniversário no fim de março tem seu signo como Áries, mas segundo os cálculos da Nasa, pode ir tratando de se mudar para Peixes.

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