O boicote à Copa América, descartada pelos jogadores da seleção brasileira, veio de onde menos se esperava: os patrocinadores têm desistido de apoiar a competição que será disputada no Brasil. Somente nesta semana, dois patrocinadores de peso – Mastercard e Ambev – dizem estar reavaliando seu apoio ao evento que reunirá seleções sul-americanas.
Sócio-diretor da Wolff Sports & Marketing, Fábio Wolff, a postura é inédita. “Considero um posicionamento extremamente estratégico. Em anos de experiência, nunca tinha visto algo parecido. A sacada da Mastercard tende a levar outras empresas para o mesmo caminho. Não me surpreenderei se isso acontecer”, analisa.
A saída dos patrocinadores ocorre na esteira dos desentendimentos sociais sobre a realização da Copa América. Boa parte da torcida reclamam sobre a vinda de 11 delegações estrangeiras que podem representar um risco à saúde dos brasileiros.
Conscientes desse risco, Colômbia e Argentina decidiram não mais sediar a competição, com receio do aumento de casos da covid-19.
O Brasil, em contrapartida, caminha para alcançar a triste marca de 500 mil vidas perdidas pela covid-19, enquanto que o governo de Jair Bolsonaro planeja a melhor forma de receber os atletas.
A Copa América começa dia 13, com Brasil e Venezuela. Ontem (9), o técnico Tite convocou os mais de 20 nomes que farão parte da delegação.
O treinador da seleção terá que conviver com a pressão típica de uma competição de peso e os resquícios do escândalo envolvendo o presidente da CBF, Rogério Caboclo, afastado, após ter sido acusado de assédio sexual e moral.
Dos jogadores, de quem a torcida esperava o boicote, houve apenas um manifesto divulgado nas redes sociais, em que declaram insatisfação com toda a condução do agendamento.