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terça-feira, 28 maio, 2024

Pela primeira vez, implante é aplicado para tratamento da depressão no Brasil

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Um novo tratamento para tratar depressão resistente utiliza dispositivo de eletroestimulação. O primeiro implante ocorreu pela primeira vez no Brasil no dia 11 de agosto, no Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis (SC).

Selecionados pela área psiquiátrica do hospital, os dois pacientes passaram por outros tratamentos protocolares, mas os resultados se mostraram insatisfatórios.

O neurocirurgião Wuilker Knoner Campos, que aplicou o primeiro implante, explica o processo.”Existe um dispositivo semelhante aplicado para epilepsia, projetado para controlar crises, e já era feito no Brasil há cerca de 20 anos. Em 2017, foi aprovado nos EUA, com a finalidade de tratar depressão resistente. No ano seguinte, [foi aprovado] na Inglaterra, com outro tipo de carga e dosagem dos estímulos. No Brasil, seu uso foi aprovado em 2019 pela Anvisa”, disse.

O diagnóstico da depressão refratária ou resistente ocorre quando os pacientes já passaram por tratamentos convencionais, com o uso de antidepressivos duas ou mais vezes e não obtiveram melhora no quadro clínico. 

De acordo com um estudo realizado na América Latina apontou que 30% das pessoas afetadas pela doença apresentam esse tipo. A terapia VSN, como é chamado esse tratamento com o uso desse aparelho, entretanto, tem mostrado resultados.

O dispositivo estimula o nervo vago, um dos principais responsáveis pelos estímulos parassimpáticos (aqueles involuntários) do nosso organismo.

Esse nervo passa atrás de nossas orelhas e se estende até a região do tórax e abdome, conectando o tronco cerebral a quase todos os órgãos essenciais. Ele é como se fosse uma estrada para impulsos elétricos, relatando ao cérebro o que está ocorrendo no corpo.

A estimulação [do nervo] faz com que esses impulsos elétricos subam e estimulem áreas do cérebro ligadas aos afetos humanos, melhorando o humor e a depressão”, explica Campos, que também é doutor em neurociências pela UFSC e presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Funcional e Estereotaxia.

“É como se você estivesse sem bateria e precisasse de uma carga extra. De forma coloquial, é isso que fazemos, damos uma carga nesta área do sistema do humor e das emoções”, acrescentou.

A cirurgia para o implante precisa ser feita com anestesia geral. São feitas duas incisões: uma próxima à clavícula e à axila esquerda, que recebe o gerador, e outra próxima ao pescoço, em que são conectados os eletrodos ao nervo.

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