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quinta-feira, 2 maio, 2024

A lucrativa guerra dos russos

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Dizem que numa guerra todos saem perdendo. Dizem, mas uma parte dos brasileiros deverá ganhar muito. Bastou que a Rússia invadisse a Ucrânia na madrugada de quinta-feira para, horas depois, já ter economista se pronunciando com frases encomendadas. Um deles chegou a afirmar que essa guerra vai influenciar no preço das mercadorias no Brasil.

Foi mais ou menos um recado do tipo “vamos aumentar o preço de tudo com o pretexto dessa guerra”. E o pior de tudo é que parte da imprensa fecal deu voz e espaço para alguns imbecis que já profetizam nosso futuro. Não vai acontecer nada, por um monte de motivos.

O que a Rússia ou a Ucrânia vendem ao Brasil? Quase nada. E o que o Brasil vende a esses dois países? Nada significante. O gás russo chega até a Europa, o nosso bem da Bolívia. Está certo que o caviar russo é o melhor do mundo. Mas caviar não está na mesa da imensa maioria de brasileiros. Então deixa faltar caviar. A vodca russa também é bem procurada. Mas brasileiro gosta mesmo é de cachaça. E até a salada russa está fora de moda.

Mas tem outros países interessadíssimos numa guerra. Americanos, por exemplo, vivem disso. A indústria necessária para a guerra fatura horrores – e produz horrores também. Os americanos precisam vestir e calçar seus soldados. Precisam alimentá-los. Precisam lhes dar meios de locomoção e sempre novas armas. E munição tem data de validade – se não usar, joga fora. E pra não jogar fora, nada melhor que uma guerrinha aqui outra acolá.

E com tantas necessidades, muita gente ganha. A indústria que produz o fardamento, a mochila, o calçado; ou a que produz aviões. Ou a de armas. Ou ainda a de munições. E haja gasolina, querosene e diesel para movimentar tudo isso. Talvez os americanos não coloquem o pé na Ucrânia. Mas para eles é mais negócio vender seus produtos de guerra para os ucranianos.

A indústria de guerra sempre foi lucrativa e sempre reergueu economias. Até a Alemanha, esmagada pelo Tratado de Versalhes em 1918, se tornou potência menos de 20 anos depois. Produzindo armamentos, aviões, tanques, munição e fardamentos. De quebra, Hitler resolveu o problema do desemprego do pós-guerra. Pelo jeito os americanos entenderam bem a lição.

E nós, brasileiros, o que temos a ver com isso? Quase nada. Mas pode apostar que haverá muita remarcação de preços com a justificativa de guerra. Até geada na China já serviu de desculpa para aumentar o preço do tomate. Já que a desculpa é guerra, fica a sugestão: vamos invadir o Paraguai. Pelo menos só a maconha aumenta seu preço.

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