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quinta-feira, 2 maio, 2024

Infecção de dois vírus ao mesmo tempo, como a Flurona, é fenômeno antigo

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Todas as pessoas não vacinadas contra a Covid-19 e influenza estão propensas a desenvolver as duas doenças

O mundo vive atualmente duas epidemias de dois vírus diferentes: SARS-CoV-2 e Influenza. Em muitos casos, a doença ataca a mesma pessoa ao mesmo tempo, causando o que foi batizado de Flurona – “flu” em referência à palavra gripe em inglês e “rona” de corona, abreviação de coronavírus. Mas você sabia que infecção dupla de vírus respiratórios é mais comum do que pensamos?

A diretora do Laboratório de Virologia do Butantan, Viviane Fongaro Botosso, conta que a ciência já registrou casos de três e até quatro vírus detectados em único paciente. Ou seja, a infecção dupla, como a Flurona, é um fenômeno antigo e que não acontece apenas com esses vírus. Ela se deve ao fato de que ambos estão circulando na mesma época e parte da população não está devidamente protegida contra eles.

É importante ressaltar que a infecção dos dois vírus não quer dizer que eles se juntaram e formaram um só. A Flurona nada mais é que uma situação em que dois organismos infectaram uma única pessoa ao mesmo tempo. “Flurona é o nome fictício. Quando fala isso, dá a impressão que é uma mistura dos dois vírus e a gente criou um monstrinho, mas não é. Nós preferimos dizer dupla infecção ou infecção mista”, explica Viviane.

A ocorrência de infecção pelo vírus da influenza fora de época se deve a diversos fatores: em 2021, menos de 90% do público-alvo da campanha nacional de vacinação foi imunizado contra a influenza, o que levou a um grande número de brasileiros estar sem proteção, especialmente entre os mais vulneráveis à doença. “As pessoas tinham medo de sair de casa por causa do coronavírus, principalmente o público-alvo que é composto de pessoas mais idosas e com comorbidades. Isso tudo levou a um esquecimento do vírus da influenza”, explica Viviane.

Outro fator que pode ter influenciado no aumento recente do número de casos é a flexibilização das normas de segurança para prevenção da Covid. O uso das máscaras, de álcool em gel e o distanciamento social protegiam contra o SARS-CoV-2 e também contra outros vírus respiratórios, incluindo o vírus da influenza. Com o abandono dessas medidas, os vírus conseguem infectar maior número de pessoas e se replicar com mais facilidade.

Ainda não existem dados que confirmam uma piora no quadro de saúde do paciente infectado com os dois vírus. Os sintomas da dupla infecção não são diferentes dos que já vimos em relação às duas doenças. Os grupos de risco também continuam sendo os mesmos, tanto para o SARS-CoV-2 quanto para a influenza: pessoas idosas e/ou com comorbidades, além dos profissionais da saúde, que são mais expostos aos vírus.

Para Viviane, todas as pessoas não vacinadas para influenza e Covid estão propensas a desenvolver as duas doenças. Por isso, é importante a vacinação coletiva de todas as faixas etárias, em todos os países: esse é o caminho para barrar os vírus e o surgimento de novas variantes. “A chave é a vacinação, pois só ela pode barrar a disseminação dos vírus”, diz.

Até o início de janeiro, foram identificados 24 casos de Flurona no estado de São Paulo, e mais três no Ceará, sendo duas crianças de um ano de idade. “O que a pessoas têm que fazer depois de apresentar sintomas respiratórios é procurar um lugar para fazer a testagem e, em caso positivo, procurar realizar isolamento social durante o período de transmissão do vírus e realizar os tratamentos preconizados”, recomenda Viviane.

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