30.7 C
Jundiaí
sábado, 4 maio, 2024

O que é pior – a Justiça ou os candidatos?

spot_img

Dizem que a Justiça é obrigada a aceitar tudo o que se lhes apresenta. É por aí. Se alguém resolver processar Deus e protocolar sua petição inicial no Fórum, a peça será entregue ao Distribuidor, que irá encaminhá-la à Vara sorteada. Uma vez alocada em determinada vara, cabe ao juiz ou promotor público dar-lhe o destino correto. No caso de um processo contra Deus, certamente irá para a gaveta. Mas algum juiz mais espirituoso poderá enviá-lo ao Itamaraty, pedindo que seja encaminhado para o Vaticano, onde o papa, como representante de Deus na Terra, poderá ser ouvido em carta precatória.

Talvez seja por isso que haja tantos candidatos a prefeito e vereador recorrendo à Justiça Eleitoral sempre que é publicada alguma coisa que não lhes agrada. Normalmente são candidatos-pangaré, mal situados em pesquisas eleitorais, oficiais ou não. Suas intenções de voto beiram o ridículo, mas eles insistem em procurar a Justiça, ora exigindo retratação ora pedindo espaço para explicar o que não conseguem.

Isso é mal para todos. Com a Justiça sobrecarregada, juízes eleitorais têm menos tempo para analisar os processos fundamentados e sérios que chegam em suas mesas. Há ainda o fator de tempo, pois a Justiça Eleitoral tem prazos exíguos para dar andamento às pendengas.

Iludem-se esses pangarés. Acreditam que provocar ações na Justiça Eleitoral lhes rendam manchetes, ou no mínimo algum espaço no noticiário. E assim, quem sabe, se tornam conhecidos. Mas há o tiro que sempre sai pela culatra. Tornar-se conhecido não é garantia de votos. Depende de como se tornar conhecido.

Paulo Maluf já foi um dos políticos mais conhecidos com Brasil. Não como político, mas como ladrão. Tiririca também é bastante conhecido por sua ineficiência, pelas bobagens que fala e por ser um inútel na Câmara dos Deputados. Collor se tornou conhecido como caçador de marajás, mas terminou mais conhecido como ladrão e sequestrador de poupanças.

Talvez seja a hora da Justiça Eleitoral repensar seus métodos. Colocar um filtro no que chega e levar adiante somente o que é plausível, fundamentado, e principalmente, razoável.

Urbem
Urbemhttps://novodia.digital/urbem
A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
PUBLICIDADEspot_img

SUGESTÃO DE PAUTAS

PUBLICIDADEspot_img
PUBLICIDADEspot_img

notícias relacionadas