A saúde pública parece não ser único setor a sofrer impacto com a epidemia de coronavírus na China. As cadeias de produção começam a diminuir projeções de produção nas grandes empresas da indústria de tecnologia.
Um relatório divulgado nesta segunda-feira (17) pela Trendforce, empresa chinesa de análise de cadeia de suprimento, a produção de smartphones no primeiro trimestre de 2020 pode cair 12% se comparada ao mesmo período em 2019.
Se confirmada a previsão, essa seria a pior produção para o primeiro trimestre em 5 anos. Outros tipos de dispositivos, como monitores, TVs e notebooks também devem ter redução de milhões de unidades na produção, de acordo com a consultoria.
No Brasil
Por aqui esse resultado também começa a ser sentido. Nas fábricas da LG, Samsung e Motorola a produção foi suspensa, por falta de componentes eletrônicos que deveriam vir da China. Em nota, a Samsung informou que a planta “opera normalmente”.
Com mais de 70 mil casos confirmados e pelo menos 1,8 mil mortes, a China é justamente a principal fonte de componentes do Brasil, com 42% do volume total, e também o mais afetado pelo coronavírus. O país é um dos principais vendedores de chips, circuitos integrados e outras partes e peças que vão se tornar celulares, máquinas de lavar, televisores e diversos outros eletrônicos em outros países.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee, metade das empresas já têm problemas no recebimento de materiais da China.
Em nota a Abinee diz: “Mesmo as [empresas] que não foram afetadas por esse problema citaram que se o abastecimento de componentes e insumos da China não se normalizar nos próximos 20 dias será muito difícil conseguir manter o mesmo ritmo de atividade nos próximos meses”.