Desde que está preso na superintendência da PF em Curitiba há um ano, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva falará com a imprensa pela primeira vez nesta sexta-feira (26). Em contramão, somente os jornais Folha de S.Paulo e o El Pais foram autorizados a ouvir o presidente, em conversas marcadas para 10h.
Lula é contra abrir a conversa a veículos que não foram escolhidos por ele. Na ultima quinta-feira (25), a Polícia Federal chegou a autorizar outros veículos a acompanharem a entrevista. Porém a liberação teria sido feita sem consultar a defesa do ex-presidente. No fim da tarde, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, barrou a decisão da PF e reforçou que as entrevistas seriam exclusivas.
Lula está preso desde abril do ano passado, na superintendência da PF em Curitiba, condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo caso do triplex do Guarujá. Os veículos autorizados (Folha de S.Paulo e o El Pais ) haviam solicitado entrevistas ainda em setembro, antes das eleições presidenciais. Lula havia concordado em falar a estes veículos, Lewandowski chegou a conceder autorização, mas as entrevistas foram suspensas pelo também ministro do STF, Luiz Fux. Fux até mesmo proibiu que o conteúdo fosse divulgada caso as entrevistas já tivessem sido feitas.
Críticos afirmam que a proibição da entrevista influenciou no processo eleitoral e ressaltam que o direito à liberdade de expressão, mesmo em situação de prisão, está na Constituição.
Embora não seja tão decisiva quanto seria se tivesse sido autorizada às vésperas da eleição, a entrevista ainda trará pontos importantes para entender o futuro da política brasileira. A ver se o ex-presidente irá além da narrativa de perseguição.