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sexta-feira, 10 maio, 2024

Crime em Ciudad del Este evidencia o poder de organizações criminosas brasileiras

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Especialistas brasileiros acreditam que o assalto no país vizinho tem características iguais a de crimes cometidos pelo PCC – Uma das fontes de financiamento dessas organizações é justamente o contrabando de produtos vindos do Paraguai
O assalto realizado por criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em uma empresa de transportes de valores de Ciudad del Este na madrugada da última segunda-feira (24/4) e que assustou os moradores da cidade paraguaia ganha contornos ainda mais dramáticos quando se analisa a relação do PCC com o contrabando de produtos vindos do país vizinho.
Esse é hoje um negócio controlado por organizações criminosas, que se utilizam dos lucros gerados nessa atividade para financiar o tráfico de armas e de drogas. É por meio do contrabando de produtos como cigarros, eletrônicos, remédios e roupas que, em muitos casos, os criminosos trazem para o Brasil armas e drogas, que vão alimentar a violência nas cidades de todo o país.
Essa é a opinião do presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), Edson Vismona. Ele lembra que em 2012, documentos do PCC apreendidos pela polícia em São Paulo mostravam que a facção criminosa era responsável pela distribuição de cigarros contrabandeados do Paraguai nas penitenciárias do estado.
“Mais do que isso” aponta Vismona “sabemos que em diversas comunidades de baixa renda, o PCC não permite que sejam vendidos cigarros fabricados legalmente no Brasil, mas somente aqueles contrabandeados do país vizinho”.
Desde 2015, Vismona coordena o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, que congrega mais de 70 entidades empresariais e organizações da sociedade civil afetadas por práticas ilegais como o contrabando. Nesta semana, o Movimento irá assinar um protocolo de cooperação com a Frente Nacional dos Prefeitos para estabelecer políticas que permitam reduzir o comércio de produtos ilegais em municípios de todo o país.
No final de março foi assinado um protocolo de intenções congregando à Frente Parlamentar Mista do Congresso Nacional de Combate ao Contrabando, o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro e o Ministério da Justiça, apoiando o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras definido por Decreto Presidencial.
Estas iniciativas são absolutamente oportunas para enfrentar os desafios impostos pelo crescimento das organizações criminosas nas nossas fronteiras.
“Temos agora uma excelente oportunidade para que o combate seja feito na ponta que mais afeta os cidadãos brasileiros: os municípios. É nas cidades que esse comércio ilegal ocorre, então precisamos estabelecer medidas que permitam às prefeituras enfrentar esse problema” afirmou Vismona.

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