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domingo, 26 maio, 2024

O que pensa essa nova geração de universitárias brasileiras?

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Na quarta (8) foi comemorado o Dia internacional da Mulher. As mulheres brasileiras hoje ocupam a maioria das cadeiras nas escolas e universidades. De acordo com os dados da última edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE, 18,8% das mulheres economicamente ativas já completaram ao menos um curso superior.
Entre os homens, este número cai para 11%. Elas ganham dos homens também entre os brasileiros com ensino médio completo: 39,1% contra 33,5%. Entre os candidatos aprovados em 2016 no Sisu, 57% eram mulheres.
Entretanto, por mais que o desempenho das mulheres brasileiras nos estudos seja superior ao dos homens, a remuneração média deles no mercado de trabalho continua sendo maior. E essa porcentagem de diferença se alarga conforme o tempo dentro das instituições de ensino. As mulheres com cinco a oito anos de estudo recebem por hora 24%a menos que os homens com mesma escolaridade. Para 12 anos de estudo ou mais, essa diferença entre gêneros atinge 34%.
E o que pensam as principais interessadas neste assunto: as mulheres aprovadas nas principais universidades do país? Moradora de Goiânia, Priscilla Castro tem 23 anos e está prestes a começar o curso de Medicina na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ela estudou a vida toda em escolas públicas e sofreu com colégios que apresentavam instalações precárias e velhas. Sempre foi muito esforçada e tirou boas notas, mas percebeu que se quisesse conquistar uma vaga em uma instituição de qualidade, precisaria investir em um bom cursinho. Ao se deparar com os altos preços dos que existiam em sua cidade, optou por estudar à distância e conseguiu chegar lá.
Priscilla acredita que, apesar dos inúmeros avanços dos últimos anos, ser mulher continua sendo muito mais difícil. “Ainda há muita desigualdade, ganhamos menos e muitas vezes, nos sentimos vulneráveis”. No entanto, conta que buscou sempre converter tais dificuldades ao seu favor. “Ser mulher me permitiu ter disciplina e organização imprescindíveis para minha aprovação. Acho que nós temos essa característica: sermos mais organizadas e levarmos nossos compromissos a sério. Sem dúvidas, foram elementos que me favoreceram na minha aprovação na faculdade”, conclui.
Gabriella Ortola, paulista de 18 anos que acaba de passar em História na USP, concorda que ser mulher continua sendo muito complicado em relação às questões de desigualdade. “Nós conquistamos muitas coisas, mas ainda tem muito chão pela frente. As mulheres ganharam direito ao voto, mas ainda não têm direito de andar na rua à noite. Podem trabalhar fora, mas ainda são vistas com maus olhos quando deixam a maternidade de lado por causa disso”, critica.
Como exemplo de quem não se conforma com a realidade que enxerga, a intenção da universitária é trabalhar como professora e, ao ter acesso às salas de aula, lutar para conscientizar seus alunos.
 
A capixaba Francieni Barbosa Soares, 23 anos e acadêmica do Centro Universitário Católico de Vitória, acaba de passar em mais uma faculdade. Recém-aprovada em Direito na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pretende ser delegada, escolha que a faz ouvir frequentemente indagações como “nossa, mas você é tão delicada, por que não segue outra área? Tem certeza que é essa profissão que você quer para a sua vida; acho que você não combina com isso”, entre outras perguntas carregadas de preconceito.
“Essa distinção entre o que deve ser de homem e o que deve ser de mulher é um dos grandes problemas que vivenciamos. Não se pode negar que há distinções biológicas entre os homens e as mulheres, mas não a ponto de determinar que tipo de profissão cada um deve seguir. Essas críticas que recebi fizeram com que eu deseje cada dia mais exercer essa profissão para que quem duvidou de mim aprenda que nada pode dissuadir quem tem determinação para buscar um sonho”, finaliza.

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