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sexta-feira, 24 maio, 2024

Editorial: As tetas da Cultura

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Assim que se tornou presidente, Michel Temer fechou alguns ministérios, dentre eles o da Cultura. Começaram os protestos dos chamados artistas. Temer baixou a crista e resolveu recriar o Ministério das Tetas. É um erro, um gasto a mais não necessário, uma inutilidade sem tamanho.
A realidade é clara. Artistas de verdade trabalham e fazem sucesso sem precisar mamar nas tetas do governo. Roberto Carlos, Agnaldo Rayol, Ivete Sangalo, o falecido Nélson Gonçalves – só para lembrar de alguns – nunca precisaram de verbas conseguidas via Lei Rouanet para turbinarem suas carreiras. Venceram por méritos.
Roberto Carlos, só para exemplificar bem essa história, começou cantando nos anos 1960. Frequentou muitos shows mequetrefes antes de explodir com a Jovem Guarda. Outro exemplo: Chitãozinho e Xororó cantavam modas de viola desde o fim dos anos 1970, sem fazer sucesso. Trabalharam, insistiram, e quando mudaram da velha viola para o mundo eletrônico ganharam seu lugar e respeito no mundo dos shows.
Em sentido inverso estão outros figurões. Caetano Veloso e Chico Buarque, por exemplo, não precisaram das tetas para se consagrarem. Com a decadência de suas carreiras, passaram a mamar nas generosas tetas do então Ministério da Cultura. Cláudia Leitte chegou a pedir dinheiro para escrever sua biografia, se bem que não teria muito a contar. É uma inútil, insignificante. Mas tentou.
Não se deve negar apoio à classe artística. Nada de mal um governo estadual ou uma prefeitura contratar cantores ou grupos musicais para festas populares. Isso já é parte de uma tradição. Nada ruim uma prefeitura promover festivais de teatro ou de música e dar prêmios em dinheiro.
Mas sustentar vagabundo é outra história. Se o tratamento fosse igual, seguindo esse raciocínio, o Ministério da Indústria e Comércio deveria dar dinheiro a empresários incompetentes que não conseguem tocar seu negócio. O Ministério da Saúde daria dinheiro a laboratórios, hospitais e médicos que não conseguem pacientes por conta de sua capacidade e de seu trabalho.
Em nenhum lugar do mundo existem tetas do tamanho das nossas. Em nenhum lugar do mundo se gasta tanto dinheiro em futilidades. E há quem diga que o problema não é nosso, é do governo. Mas esquece-se, nessa hora, que o dinheiro do governo vem do nosso imposto, do nosso trabalho. E assim, Chico Buarque vai continuar passeando em Paris.

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