O prefeito já cobrou pressa do Estado para o viaduto. Agora é a vez da CPTM tomar bronca
Há seis anos aproximadamente, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) resolveu construir novo túnel no distrito de Botujuru. O atual permite a passagem de um carro por vez, e os pedestres correm riscos – e é a única passagem entre os dois lados do distrito.
Em 2010, a CPTM parou tudo quando seus engenheiros constataram que havia instabilidade no solo. E isso significa risco de desabamento. Desde então, nada mudou. Como ninguém havia visto antes que o solo tinha o problema, agora ninguém se mexe para resolver. Desde que chegou à prefeitura, o prefeito José Roberto de Assis tem manifestado suas preocupações com isso.
Na semana passada resolveu cobrar a CPTM pra valer. “Nós estamos cobrando a CPTM para saber uma posição oficial, já que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) entregou toda a readequação do projeto“, diz o prefeito. Nosso compromisso é com a população e os moradores de Botujuru podem ter a certeza de que não desistiremos dessa briga”, afirma Zé Roberto.
A CPTM tinha uma desculpa nova dessa vez. O diretor de Planejamento da companhia Silvestre Ribeiro, e o coordenador de Relações Institucionais Fernando Hiro reconhecem que há atraso por conta da falta de recursos que os estados brasileiros vêm sofrendo nesse início de 2015, com da crise vivida hoje pelo país. Mesmo assim, ambos afirmaram que entendem a posição do prefeito e a necessidade da obra, e vão tentar apressar o processo de execução do projeto.
Para bom entendedor: a CPTM vai enrolar enquanto puder. Primeiro a desculpa era a instabilidade do solo. Agora a desculpa é falta de dinheiro, a crise. Ou é incompetência ou má vontade. Ninguém, em sã consciência, começa construir uma casa sem dinheiro. No caso da CPTM, o túnel foi bem estudado e calculado antes de tudo começar.
E é uma promessa das bem antigas. No tempo que a estrada era da EFSJ (Estrada de Ferro Santos a Jundiaí), que pertencia à Rede Ferroviária Federal, já se falava num novo túnel e no perigo do atual. Mas só se falava. A estrada foi vendida à MRS Logística, mas a dona dos trilhos é a CPTM que passou a operar o antigo subúrbio – época dos trens conhecidos como “panela de pressão”.
Como gastar dinheiro em obra é uma decisão política – raramente técnica – Zé Roberto precisou adotar o jeito brasileiro de resolver problemas: o bafo no cangote. Sinal que a pressão pelo término do túnel vai aumentar.