Em 19 de março a Igreja Católica comemora o dia de São José. E José é o nome mais comum entre os brasileiros
O que não falta no Brasil é José, fato atribuído à tradição católica. Segundo essa tradição, José foi carpinteiro na Galiléia, marido de Maria (entre as mulheres também o nome mais comum) e pai de Jesus Cristo. Ele teria morrido aos 60 anos, 30 após o nascimento de Jesus. O significado do nome vem do hebraico, Yosef – aquele que acrescenta. Ele foi declarado Padroeiro da Igreja (pelo papa Pio IX), Advogado dos Lares Cristãos (pelo papa Leão XIII) e considerado o Proteror dos Operários.
O nome é o mais comum entre os homens, segundo o IBGE, com 5.7 milhões de pessoas. Mas Maria tem muito mais – 11,7 milhões de mulheres. Aparece também nos nomes compostos, tanto para homens quanto para mulheres, como Maria José e José Maria (veja os nomes mais populares do Brasil nesta matéria).
Não faltam Josés conhecidos no Brasil – José de Alencar, na Literatura, por exemplo, ou José do Patrocínio, um ferrenho defensor da abolição dos escravos. Somente dois presidentes da República ostentaram o nome: José Linhares, de outubro de 1945 a janeiro de 1946, e José Sarney (na realidade José Ribamar) de março de 1985 a março de 1990.
Jundiaí teve dois prefeitos nessa condição: José de Castro Marcondes, em 1947, como interino, e José Romeiro Pereira, de 1945 a 1947. Na Câmara atual, somente um vereador – José Antonio Kachan Júnior. E na Prefeitura, o responsável pelas Finanças também é José – José Antonio Parimoschi. Em Jundiaí também não faltam paróquias e igrejas dedicadas ao santo, como as Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São José, no Cidade Nova I, São José, no Almerinda Chaves e São José Operário, no Parque Brasília; em Itu há uma.
E quais razões levaram os pais a batizarem seus filhos como José? José Maria dos Anjos, por exemplo, é o Xerife Zé Maria e mora em Várzea Paulista. Filho de Maria Rita e João, tem oito irmãos – quatro homens e quatro mulheres. Zé Maria é casado com Luzia e tem dois filhos, Larissa Lucas. Todos o chamam de Zé, mas a mulher o chama de José.
Também é o caso da dona de casa Maria José, de 60 anos e mãe de dois filhos. Sempre foi chamada de Mazé – é sempre assim: José Maria se torna Zé Maria e Maria José se torna Mazé. Uma das pessoas mais conhecidas em toda a região é o advogado Roque José Agostinho. Ganhou o nome devido à devoção da mãe, que integrava o Coral São José, em Bragança e depois da Corte de São José, uma organização católica em São Roque, onde ficou até 1956. Mas ninguém o chama de Roque José – é só Roquinho.
É o caso também do padre José Brombal, nascido há pouco mais de 93 anos. Casou com Olinda em 1952 e teve 12 filhos – dois com o nome do santo – Maria José e José Carlos. Tal qual o santo, foi carpinteiro até se aposentar, e com a viuvez, tornou-se padre em 1995, passando por diversas paróquias, inclusive a de São José Operário. O nome foi escolhido em comum acordo pelos pais, Anselmo e Maria, e além da lembrança ao santo, seu avô também era José – Giuseppe.
Já outro José, o José Eduardo Constantino, teve o nome escolhido pela mãe, Maria Cláudia. Poucos o chamam de Zé Eduardo, a maioria é José Eduardo mesmo. Aos 16 anos, e torcedor do Corinthians, conta que recebeu o nome em lembrança do avô, também José, e da devoção da mãe a José do Egito, o escravo que se tornou rei.
E há um José bem conhecido em toda a região, mas como Zezinho, apesar de seu quase 1,80 metro de altura e seus 109 quilos. José Aparecido dos Santos, o Zezinho Fotógrafo, filho de Maria e Luiz Francisco, casado com Silvânia e pais de dois filhos, Luiz Fernando e Ana Beatriz. Não bastasse um, há dois Josés na família – ele tem duas irmãs, Maria Antonia e Karin Fernanda, e um irmão, José dos Santos. Os nomes foram escolhidos em comum acordo pelos pais.
Zezinho trabalhou em jornais em Jundiaí, passou pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura da cidade, e atualmente trabalha na Prefeitura de Várzea Paulista – como fotógrafo, óbvio. E Silvânia, sua mulher, simplifica tudo – nem Zezinho, nem Zelão – chama-o de Zé.
Marias e Josés pelo mundo
Não só no Brasil Marias e José são populares. Nos Estados Unidos, é também o mais popular: existem 3.393.456 norte-americanas cadastradas como Mary, a variação de Maria. Esse nome está presente em muitos países e apresenta diversas variações como Malia (havaiano), Miriam (hebreu e alemão), Marianna (italiano), Maura (escocês), Mariam (árabe) e Marie (Francês).
A sua origem etimológica é incerta e possui duas possibilidades, a primeira é que surgiu a partir do hebraico myriam, que significa senhora soberana ou a vidente. A segunda possibilidade é que vem do também hebraico Miriam, uma união dos termos mar (mestre) e ram (poderosa).
José é outra história. Na Itália, a sua variação Giuseppe, é o terceiro nome mais utilizado pelos italianos; no total 838.633 pessoas foram cadastradas com essa denominação. O nome José é uma versão brasileira de Joseph, que vem do hebraico Yosef, e significa aquele que acrescenta, referindo-se a Deus. Ele tornou-se um dos nomes mais comuns no Brasil graças a três personagens bíblicos: José do Egito (filho de Jacó), José de Arimatéia (discípulo de Jesus Cristo) e José de Nazaré (pai adotivo de Jesus e marido da Virgem Maria).
Os dez nomes masculinos mais comuns no Brasil
José: 5.732.508
João: 2.971.935
Antonio: 2.567.494
Francisco: 1.765.197
Carlos: 1.483.121
Paulo: 1.417.907
Pedro: 1.213.557
Lucas: 1.116.818
Luiz: 1.102.927
Marcos: 1.101.126
Os dez nomes femininos mais comuns no Brasil
Maria: 11.694.738
Ana: 3.079.729
Francisca: 721.637
Antonia: 588.783
Adriana: 656.621
Juliana: 562.589
Márcia: 551.855
Fernanda: 531.607
Patrícia: 529.446
Aline: 509.446
- Fonte IBGE
** Não estão computados os nomes compostos
