Pipo, um filhote de macaco-de-gibraltar, foi “adotado” por outro grupo vizinho da mesma espécie após se machucar e se perder da família nas montanhas do Atlas Médio, no Marrocos. O comportamento nunca havia sido observado por pesquisadores, que o veem como alternativa para repovoar a região com o animal ameaçado de extinção.
Não que primatas não sejam sociáveis. Há evidências crescentes de que eles têm comportamentos semelhantes à empatia dentro do próprio bando. Alguns animais já foram vistos diversas vezes “consolando” uns aos outros após eventos traumáticos ou ferimentos, por exemplo. O problema era a idade de Pipo.
Até então acreditava-se que macaquinhos como Pipo, com cerca de 3 anos, eram velhos demais para serem aceitos em grupos diferentes dos quais nasceram: “Essa observação fornece informações valiosas para estratégias de reabilitação e liberação, que ajudarão a melhorar o bem-estar dos macacos resgatados, fortalecer as populações selvagens liberar espaço nos santuários para permitir confiscos contínuos no combate ilegal”, disse em comunicado Liz Campbell, um das autoras da pesquisa.
A ideia das entidades de proteção animal é resgatar os indivíduos e reintroduzi-los na natureza, melhorando o bem-estar individual, minimizando os custos dos cuidados em cativeiro e reforçando as populações selvagens.
O fato de que esses macacos não tinham nenhum relacionamento anterior com Pipo corrobora para a hipótese. Segundo os especialistas, o bando cuidou e “afiliou” o macaquinho até ele se recuperar totalmente e retornar ao seu próprio grupo.