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segunda-feira, 25 novembro, 2024

Estudo aponta barulho de trânsito como risco de doenças cardiovasculares

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Um estudo recentemente publicado na revista Circulation Research, da American Heart Association, levanta a possibilidade de uma conexão entre a poluição sonora, especialmente o ruído do tráfego, e um aumento no risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. A pesquisa sugere que esse tipo de poluição pode ter impactos significativos na saúde humana, ampliando ainda mais a compreensão dos potenciais efeitos negativos do ambiente sonoro urbano.

Um consórcio internacional de especialistas em ruído, provenientes do Copenhagen Cancer Institute (Dinamarca), do Swiss Tropical and Public Health Institute (Swiss TPH), da Perelman School of Medicine da Universidade da Pensilvânia (EUA) e do Departamento de Cardiologia do Centro Médico da Universidade de Mainz, conduziu a pesquisa. Suas análises de dados epidemiológicos recentes revelaram evidências robustas que vinculam o ruído do transporte a um maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares.

Estudos epidemiológicos recentes têm destacado que o ruído do tráfego, seja ele rodoviário, ferroviário ou aéreo, está associado a um aumento no risco de morbidade e mortalidade cardiovascular. Essas pesquisas apontam para a relação entre o ruído do tráfego e o desenvolvimento de doenças cardiometabólicas, como doença cardíaca isquêmica, insuficiência cardíaca, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e diabetes.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,6 milhões de anos de vida saudável são perdidos anualmente na Europa Ocidental devido ao ruído relacionado ao trânsito. Especificamente, o ruído do tráfego durante a noite é associado a interrupções frequentes no sono, aumento dos níveis de estresse e estresse oxidativo no sistema vascular e cerebral. Esse aumento na formação de radicais livres pode estar ligado ao desenvolvimento de uma variedade de doenças, incluindo distúrbios vasculares, inflamação e hipertensão.

O foco do estudo atual foi nos efeitos indiretos da poluição sonora relacionada ao tráfego, ou seja, os efeitos não relacionados à audição. Para isso, a equipe de pesquisadores realizou uma análise das evidências científicas mais recentes disponíveis sobre o assunto.

De acordo com os autores, uma análise recente sobre a relação entre o ruído do tráfego e doenças cardiovasculares, integrada no artigo de revisão, revela de forma marcante que, para cada aumento de 10 decibéis (dBa), o risco de desenvolver doenças cardiovasculares aumenta significativamente em 3,2%.

Os pesquisadores também destacam que os ruídos podem afetar várias redes genéticas, vias epigenéticas, ritmo circadiano, sinalização ao longo do eixo neuronal-cardiovascular, estresse oxidativo, inflamação e metabolismo.

“Com uma parcela crescente da população exposta ao ruído prejudicial do tráfego, mesmo após o término da pandemia da COVID, os esforços de controle e as leis de redução do ruído são de extrema importância para a saúde pública futura”, ressalta o autor principal do artigo, Thomas Münzel, professor sênior do University Medical Center Mainz. “Além disso, é crucial que o ruído do tráfego seja finalmente reconhecido como um fator de risco para doenças cardiovasculares, dada a forte evidência acumulada”, acrescenta.

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