Uma pesquisa recente, divulgada na última quinta-feira (14) na revista Scientific Reports, revelou que os leitores têm dificuldade em distinguir poesia criada por inteligência artificial (IA) da escrita por humanos. O estudo também indicou que, além dessa dificuldade, as pessoas tendem a preferir os poemas gerados pela tecnologia.
Os pesquisadores avaliaram a habilidade de 1.634 participantes em distinguir entre poemas criados por IA e os escritos por poetas humanos. Dez poemas foram apresentados de forma aleatória: cinco de autores renomados, como William Shakespeare, Lord Byron, Emily Dickinson e T.S. Eliot, e cinco compostos pelo ChatGPT 3.5, que imitavam o estilo desses mesmos poetas.
De acordo com o estudo, os participantes mostraram-se mais inclinados a acreditar que os poemas gerados por IA haviam sido escritos por humanos. Curiosamente, os cinco poemas considerados mais improváveis de terem sido criados por seres humanos foram todos escritos por poetas reais.
Em uma segunda etapa do experimento, 696 participantes foram designados a diferentes grupos para avaliar os poemas segundo 14 características, como qualidade, beleza, emoção, ritmo e originalidade. Os grupos foram divididos em três categorias: um informado de que os poemas eram de autoria humana, outro de que eram gerados por IA, e um terceiro que não recebeu nenhuma informação sobre a origem dos textos.
Os pesquisadores observaram que os participantes que sabiam que os poemas foram criados por IA atribuíram notas mais baixas em 13 das 14 características, quando comparados aos que acreditavam que os poemas eram de autores humanos. Esse padrão se manteve, independentemente de os poemas terem sido de fato escritos por humanos ou gerados pela tecnologia.
Os autores do estudo sugerem que a preferência pelos poemas gerados por IA se deve à sua maior clareza e acessibilidade em comparação com os trabalhos de poetas famosos. Para os pesquisadores, os participantes parecem acreditar erroneamente que a simplicidade dos poemas é um indicativo de autoria humana.
