Uma recente pesquisa evidencia que o Alzheimer pode manifestar-se em estágios iniciais e progredir de forma acelerada em indivíduos com síndrome de Down. Os resultados, divulgados no periódico científico Lancet Neurology em 15 de dezembro, levantam importantes considerações para o tratamento e assistência a esse grupo específico de pacientes vulneráveis.
A pesquisa analisou a progressão e desenvolvimento do Alzheimer em duas formas genéticas distintas da doença: a forma familiar, denominada doença de Alzheimer autossômica dominante, e a variante associada à síndrome de Down.
De acordo com Beau Ances, professor da Daniel J. Brennan Neurology e um dos principais autores do estudo, as descobertas são significativas devido à ausência de terapias específicas para o Alzheimer em pessoas com síndrome de Down. Ances destacou que essa lacuna é especialmente preocupante, pois as pessoas com síndrome de Down necessitam dessas terapias tanto quanto qualquer outra pessoa. Ele enfatizou esses pontos em um comunicado à imprensa.
Alzheimer e Síndrome de Down
A síndrome de Down é uma condição genética que se caracteriza pela presença de um cromossomo 21 extra. Esse cromossomo adicional contém uma cópia do gene APP (proteína precursora de amiloide), o que leva as pessoas com essa síndrome a produzirem uma quantidade significativamente maior de depósitos de amiloide em seus cérebros do que o habitual.
Pesquisas anteriores já evidenciaram que o acúmulo de amiloide é uma das principais causas subjacentes da doença de Alzheimer. Em indivíduos com síndrome de Down, o declínio cognitivo característico da doença frequentemente se manifesta por volta dos 50 anos de idade.