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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Velórios virtuais crescem 26% e entram na era do metaverso

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A covid do coronavírus mudou os rituais de sepultamento. As despedidas passaram a ser feitas em um tempo reduzido e com menos pessoas, além de caixões lacrados. As cerimônias ficaram mais solitárias. 

Os cemitérios já passavam por uma modernização tecnológica, mas houve uma aceleração desse processo — a administração do Morada da Paz, com unidade no município de Paulista, no Grande Recife, onde Raphael foi sepultado, afirma ser pioneiro no serviço de velório virtual no país, tendo lançado o serviço ainda em 2001.

“Nós tínhamos parentes em outros estados e até no exterior. Muitas pessoas perguntaram se conseguiriam acompanhar à distância o velório. Fizemos, então, a transmissão na capela e as pessoas acompanharam online”, conta Diego. 

Uma das pessoas que assistiu ao velório pela tela do computador foi o tio de Raphael, o professor Luciano Acioli, 64, que estava no Piauí. “Não gosto de computador, mas me rendo e me rendo às soluções que ele às vezes traz”, conta. 

“Acho que foi uma saída bastante razoável, porque, de certa forma, você está presente. Se eu puder estar presente no local, eu sempre estarei presente com os amigos na hora da dor. Então essa é uma forma de minimizar a distância.”.

Metaverso

O universo funerário não está mesmo alheio aos avanços tecnológicos. O Morada da Paz anunciou mais recentemente o Velório Virtual 360º, com a utilização de uma câmera que filma e transmite ao vivo os velórios em 360º com qualidade 4K.

Será possível acompanhar quem está presente, ver detalhes das homenagens como as coroas de quem envia flores e assistir a uma celebração religiosa, como forma de poder melhor se despedir do ente querido que está sendo velado”, comenta Raniery Melo, 31, analista de marketing digital da empresa. “Isso é muito importante, e digo isso por experiência própria. No início da pandemia, minha família vivenciou a perda de alguns membros e, por causa da distância física de alguns familiares, a vinda à cerimônia se mostrava inviável”, acrescenta. 

Já a Colina dos Ipês anunciou a entrada no metaverso. Utilizando óculos de realidade virtual, o cliente do cemitério pode passear por uma versão digital do cemitério. “O metaverso vem com o objetivo de desmistificar um pouco o medo de ir até o local. Tem muita superstição. Nosso metaverso também é uma forma de aproximar os jovens desse universo”, explica João Paulo.

Mesmo quem é a favor da tecnologia metaverso e do velório digital, acredita que uma despedida virtual não é o suficiente, tendo a necessidade de mais tempo para que o ciclo de luto seja concluído.  

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