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segunda-feira, 29 abril, 2024

Pesquisa sugere que Herpes dobra o risco de demência

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Uma pesquisa recente conduzida por cientistas suecos indica que indivíduos diagnosticados com herpes podem enfrentar um risco dobrado de desenvolver demência em comparação com aqueles que não contraíram o vírus. Embora essa descoberta reitere estudos anteriores que apontam uma associação entre essas condições de saúde, permanece desconhecido o motivo por trás desse fenômeno.

O herpes é uma infecção viral que resulta em bolhas na boca (herpes labial) ou na área genital (herpes genital). É uma condição bastante difundida, com 70% da população mundial já tendo entrado em contato com o vírus, conforme relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS). A transmissão pode acontecer por meio do contato com a saliva ou mucosa de uma pessoa infectada pelo vírus.

Após a infecção, o vírus pode permanecer no organismo de uma pessoa indefinidamente, em um estado inativo. A reativação do vírus e o surgimento de sintomas podem ocorrer devido a diversos fatores, como estresse emocional, exposição solar, febre ou queda na eficiência do sistema imunológico.

O estudo

A pesquisa, divulgada no início de fevereiro no Journal of Alzheimer’s Disease, acompanhou mil pessoas com 70 anos ou mais ao longo de 15 anos. No início do estudo, nenhum dos participantes apresentava demência. Durante esse período, amostras de soro foram analisadas em busca de anticorpos contra o vírus herpes simplex, e os registros médicos dos participantes foram examinados para diagnósticos e prescrições de medicamentos.

Os pesquisadores descobriram que 82% dos participantes abrigavam o vírus do herpes em seus corpos. As taxas de incidência de demência e Alzheimer durante o estudo, por todas as causas, foram de 7% e 4%, respectivamente. Conforme os resultados da pesquisa, ser portador do vírus do herpes foi associado a um risco duplicado de desenvolver demência.

“O que torna este estudo particularmente especial é que os participantes têm aproximadamente a mesma idade, o que aumenta a confiabilidade dos resultados, pois as diferenças de idade, que de outra forma estão associadas ao desenvolvimento de demência, não podem distorcer os resultados”, explica Erika Vestin, estudante de medicina da Universidade de Uppsala e principal autora do estudo.

“É empolgante ver os resultados confirmarem estudos anteriores. Cada vez mais, evidências de pesquisas, incluindo as nossas descobertas, apontam para o vírus herpes simplex como um fator de risco para a demência”, continua Vestin.

Apesar da descoberta, mais pesquisas são necessárias para entender a causalidade: se é o vírus que causa a demência ou se há uma ligação indireta. Além disso, são necessárias investigações mais aprofundadas para determinar se medicamentos para o tratamento do herpes podem reduzir o risco de demência.

“Os resultados podem impulsionar a investigação sobre a demência, visando o tratamento da doença em estágios iniciais, utilizando medicamentos comuns contra o vírus do herpes, ou até mesmo prevenindo a doença antes que ela se desenvolva”, acrescenta Vestin.

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