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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Estudo sugere que Viagra pode ter efeito protetor contra o Alzheimer

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Na edição de quarta-feira (7) da revista científica Neurology, foi divulgado um estudo que aponta uma possível ligação entre o consumo de sildenafil (Viagra), um medicamento utilizado no tratamento da disfunção erétil, e uma redução no risco de desenvolvimento do Alzheimer.

Os resultados sugerem que homens que utilizam sildenafil podem apresentar uma menor probabilidade de desenvolver essa condição em comparação com aqueles que optam por outras formas de tratamento para a disfunção erétil.

Para investigar essa hipótese, pesquisadores da University College London (UCL) examinaram 269.725 participantes do sexo masculino no Reino Unido. Com uma idade média de 59 anos e sem sinais de comprometimento cognitivo, esses homens foram diagnosticados com disfunção erétil.

Ao longo de cinco anos, os participantes foram acompanhados e divididos em dois grupos distintos: aqueles que receberam prescrição de medicamentos como o Viagra (55%) e aqueles que não optaram por esse tratamento para a disfunção erétil (45%). Durante o período da pesquisa, um total de 1.119 pessoas desenvolveram Alzheimer.

Entre os participantes que utilizavam medicamentos para disfunção erétil, 749 indivíduos desenvolveram demência, o que representa uma taxa de 8,1 casos por 10 mil pessoas-ano (referindo-se tanto ao número de participantes no estudo quanto ao tempo de participação de cada indivíduo no estudo). Por outro lado, entre aqueles que não faziam uso desses medicamentos, 370 pessoas desenvolveram Alzheimer, resultando em uma taxa de 9,7 casos por 10 mil pessoas-ano.

Os pesquisadores também realizaram ajustes levando em consideração outros fatores de risco que poderiam influenciar a taxa de desenvolvimento do Alzheimer, como idade, tabagismo e consumo de álcool. Após esses ajustes, os autores identificaram que os participantes que utilizavam medicamentos para disfunção erétil apresentavam uma redução de 18% na probabilidade de desenvolver Alzheimer em comparação com aqueles que não utilizavam tais medicamentos.

“Embora estejamos avançando com os novos tratamentos para a doença de Alzheimer, que visam eliminar as placas amiloides no cérebro de pessoas nos estágios iniciais da doença, é crucial desenvolvermos tratamentos que possam prevenir ou retardar seu desenvolvimento”, afirmou Ruth Brauer, pesquisadora da University College London e autora do estudo, em comunicado à imprensa. “Esses resultados são promissores e demandam mais pesquisas.”

A associação entre o uso desses medicamentos e a redução do risco de Alzheimer foi ainda mais pronunciada em participantes que receberam um maior número de prescrições durante o período do estudo. Além disso, os resultados indicaram que o efeito protetor foi mais evidente em homens com 70 anos ou mais, em comparação com aqueles de faixas etárias mais jovens.

A possível relação entre o Viagra e a redução do risco de Alzheimer pode estar relacionada ao aumento do fluxo sanguíneo, resultado da dilatação dos vasos sanguíneos induzida pelo medicamento. Essa ação pode favorecer uma melhor circulação sanguínea no cérebro, potencialmente prevenindo o acúmulo de proteínas tóxicas associadas ao Alzheimer.

Apesar das descobertas, o estudo não comprova definitivamente que o Viagra seja eficaz na prevenção do Alzheimer; em vez disso, sugere uma possível correlação. Os autores ressaltam que são necessários mais estudos para confirmar esses achados, compreender melhor os potenciais benefícios e mecanismos desse medicamento, além de determinar a dosagem ideal para reduzir o risco de declínio cognitivo.

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