Até o final do ano, a rede de moda Marisa planeja realizar o fechamento de lojas devido à queda nos lucros. No total, 92 unidades deverão encerrar as atividades, provocando a demissão de milhares de pessoas.
Em aproximadamente dois meses, a rede passou a reorganizar o seu braço de negócios financeiros, realizando baixas e revisões contábeis de classificações falhas e montou um plano de reestruturação das atividades e de dívidas, ainda em andamento, com o objetivo de virar a página.
As ações devem ser finalizadas ainda este ano, mas o maior impacto das revisões de despesas devem chegar no balanço a partir do próximo ano, principalmente no fechamento de lojas, provocando milhares de demissões em massa.
De acordo com o CEO da Marisa, João Nogueira Batista, que está no cargo desde fevereiro, em entrevista após a divulgação dos dados do quarto trimestre do ano passado, a empresa deve fazer sua parte, que é esse esforço em despesas.
A Marisa deve sair mais saudável de todo este processo, visto que é insustentável continuar queimando caixa e não pagando nenhum centavo de dividendo. A ação da empresa fechou o pregão desta segunda-feira (3) na B3 em queda de 6,25%.
O projeto em andamento, liderado pela nova direção em parceria com a Galeazzi Associados, prevê o fechamento de 92 das 334 lojas nos próximos meses, sendo 20 até abril, provocando centenas de demissões.
A iniciativa deve gerar quase R$ 70 milhões em lucro antes de juros, amortização, impostos e depreciação a mais anualmente. Isso se for considerada a manutenção das atuais condições de mercado que impactam o desempenho. O fechamento de lojas equivale a 27% do total.
A Marisa indicou 25 unidades com margem de contribuição negativa, sem condições de serem mantidas. Descontando essas unidades, o total passaria a 309. Entretanto, a consultoria identificou outras 67 lojas que não conseguiriam voltar ao Ebitda positivamente, e chegou, assim, ao fechamento de 92 lojas.
Fechamento terá gastos de R$ 50 milhões
O fechamento de lojas da Marisa vai gerar um gasto de R$ 50 milhões, entretanto, Nogueira entende que o ritmo de encerramento será gradual, até pela questão da origem dos recursos.
Segundo o executivo, a empresa não possui nenhum problema de financiamento, de redução de despesas com o fechamento de lojas, entretanto é lógico que caso o Santander e outros bancos não voltarem a empresas futuramente, talvez a Marisa tenha que desacelerar a redução do SG&A. Porém, a empresa está contando que deve fazer tudo até o fim deste ano.
Para ter o ganho com o fechamento, é necessário gastar em rescisão de trabalhadores e fim de contratos de aluguel, por exemplo. Nogueira está no cargo com o objetivo de implementar os ajustes demandados, segundo aval da família Goldfarb, que controla a rede de lojas.