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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Brasil registra 822 mil estupros por ano, dois a cada minuto

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela em estudo publicado que o número etimado de casos de estupro no Brasil é de 822 mil, dois por minuto. Ainda segundo o levantamento feito pelo Ipea, as mulheres são as mais afetadas.

O estudo levou em consideração dados da Pesquisa Nacional da Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNS/IBGE), e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, e se refere ao ano de 2019. 

Segundo o Sinan, a maior quantidade de casos de estupro envolve jovens, com idade média de 13 anos. Com base nessa estimativa, o Ipea incluiu o cálculo da taxa de atrito para o Brasil, ou seja, a proporção dos casos de estupro não identificados pela polícia e pelo sistema de saúde.

O estudo mostra ainda que, dos 822 mil casos por ano, apenas 8,5% chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo sistema de saúde.

“O quadro é grave, pois, além da impunidade, muitas das vítimas de estupro ficam desatendidas em termo de saúde, já que, como os autores ressaltam, a violência sexual contra as mulheres frequentemente está associada a depressão, ansiedade, impulsividade, distúrbios alimentares, sexuais e de humor, alteração na qualidade de sono, além de ser um fator de risco para o comportamento suicida”, diz o Ipea. 

O estudo mostra quais são os grupos principais na relação entre agressores e vítimas de estupro, sendo: parceiros e ex-parceiros, familiares (sem incluir as relações entre parceiros), os amigos/conhecidos e os desconhecidos.

Neste contexto, o número apresentado pelo estudo está de acordo com os responsáveis pelo levantamento. Daniel Cerqueira, pesquisador do Ipea e um dos responsáveis pelo levantamento afirma que faltam pesquisas especializadas sobre violência sexual, por exemplo.  

“O registro depende, na maioria das vezes, da decisão da vítima e da sua família por buscar ajuda no Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse. De acordo com o Ipea, assim, o número de casos notificados difere “substancialmente da prevalência real, pois muitas vítimas terminam por não se apresentar a nenhum órgão público para registrar o crime, por vergonha, sentimento de culpa, entre outros fatores”.

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