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segunda-feira, 13 maio, 2024

Não fôssemos nós…

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Sociólogos, antropólogos, economistas e outros, dividiram-nos em classes. Classe alta, classe média alta, classe média baixa. Usaram até letras, como Classe C, Classe D. Esqueceram da letra M, de Miserável. Se bem que por aqui, além das classes, temos as castas. Mas já que tudo está assim estabelecido, chegamos à conclusão que somente uma classe sustenta tudo isso. A nossa. A classe que trabalha, que produz.

Vejamos. Políticos nada produzem, mas são bem pagos e têm muitas mordomias. Mordomias demais. O Senado e a Câmara dos Deputados, além de alguns governos estaduais e algumas prefeituras, são o exemplo mais gritante dos privilégios. E quem sustenta essa casta? Nós, que trabalhamos, com os impostos extorquidos quase que diariamente. Ou de hora em hora.

Ministros do Supremo Tribunal Federal têm o status de deuses, intocáveis e cheios de privilégios. Assessores, carros blindados, segurança, salário gordo e pouco trabalho são algumas de suas características. E quem paga toda essa ostentação das divindades continua sendo a gente. Nós, que trabalhamos.

Se pagamos para os que estão acima, pagamos também para os que estão abaixo. A cesta básica que tal prefeito entregou para uma família, com direito a foto e notícia no jornal, foi paga por todos nós. Aquela ajuda que o governo federal está dando mensalmente às famílias pobres, inclusive as fraudulentas, é paga por nós. Não é o governo que dá. Somos nós, que pagamos mesmo contra a vontade impostos e mais impostos.

Em toda a sociedade há os desajustados. Aqui são chamados vítimas da sociedade. Gente com aversão ao trabalho e com forte vocação para roubar, matar, traficar, sequestrar. Gente que vive à margem da sociedade, mas que não pode ser chamada de marginal. Esquerdisticamente é errado assim nomeá-la. Colocados em cadeias, continuam vivendo com o nosso dinheiro.

Por aqui, ninguém pode ficar preso mais de 30 anos. E existem outros subterfúgios, como progressão de pena, saidinha, condicional… Mas não existe pena de morte nem prisão perpétua. Por lei, presos têm direito a quatro refeições diárias, o que seria um luxo para a maioria dos brasileiros. Não por lei, mas por hábito, têm direito à visita íntima – um tempo para se entregar aos prazeres carnais. Se engravidar a companheira, sem problemas. O governo vai dar uma bolsa para sustentar o rebento. E a família dessa vítima da sociedade vai receber todos os meses o auxílio-reclusão do INSS. Tudo pago por nós.

Lugares onde nada se produz, e que só existem por conchavos políticos, têm também suas regalias. Existe uma coisa chamada Fundo de Participação dos Municípios, um dinheiro repartido entre todos. Ou seja, tira-se de quem tem para dar a quem não produz. A conta é por nossa conta. Prefeituras subsidiam a tarifa do ônibus, ou seja, pagam uma parte do custo. Ou melhor, nós, mesmo que não usássemos o ônibus, estamos pagando para quem usa.

É uma espécie de socialismo disfarçado. Um ato típico de Robin Hood. E aí vem aquela hipótese utópica: e se parássemos de trabalhar? E se resolvêssemos sonegar todos os impostos? Sim, quebraríamos esse sistema em pouco tempo. Pouquíssimo até.

Nota: policiais e militares não foram citados. Não é por medo, nem para agradar. Mas são eles que vão dar a cara a tapa sempre que houver quiprocó. Nós continuaremos em nossas casas torcendo para que tudo termine bem.

ANSELMO BROMBAL – Jornalista

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