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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Doar, ajudar, servir

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Nem se questiona a nobreza de uma doação. Nem os porquês da caridade. Mas parece que chegamos a uma situação de excessos de pedidos de doação. Tudo por conta do vírus chinês Na TV, nas redes sociais, sobram campanhas e pedidos de doação. E aí curgem as perguntas: Para onde vai tudo isso? O que os governos estão fazendo com a montanha de verbas destinadas à situação de pandemia? Será que no mundo existem tantas pessoas dedicadas como parece?

Hora de pensar. Como exemplo: uma organização internacional, a Médicos Sem Fronteiras, foi procurada por este grupo de comunicação. Entendíamos que divulgar seu trabalho seria uma forma de colaborar.

Talvez estivéssemos comovidos com os comerciais melodramáticos exibidos na TV. O MSF respondeu que aceitava doações. Insistimos, e os emails eram todos encaminhados para um setor de recebimento de doações. Em dinheiro.

Alguns supermercados trataram de colocar grandes cestos para doações perto de seus caixas. Uma forma de incentivar compras, nos mesmos supermercados, para serem doadas após o pagamento. Não seria mais lógico, mais altruísta, os próprios supermercados doarem parte de seus lucros para alguma causa humanitária? Ou seria essa mais uma estratégia de marketing, uma indução ao consumo?

Igrejas de todas as crenças promovem campanhas. O termo um quilo de alimento não perecível praticamente se tornou um bordão. Igrejas, em sua maioria, promovem a caridade. Há as bem intencionadas, e há as más intencionadas. Mas todas não colocam a mão no bolso. Pedem aos fiéis a colaboração para sua caridade.

A população faz suas doações por diversos motivos. Alguns por peso na consciência – uma doação, uma caridade, pode aliviar a pena de seus pecados. Alguns por acreditar piamente no que foi pregado pela Bíblia. Outros, porque têm dinheiro sobrando.

ONGs – não são todas – são criadas ao acaso. Um sujeito qualquer resolve criar uma ONG para dar comida a pobres. E depois fica reclamando que o poder público não ajuda. Ou cria-se ONGs para proteger animais. Aí vem campanha para doação de ração, de medicamentos veterinários e as eternas reclamações contra o poder público que não lhes dá verbas.

Assim é fácil – cria-se um problema e cobra-se a solução de governos. Está na hora de repensarmos a forma e a necessidade de caridade. Vivemos uma situação crítica, de pobreza, de desemprego, de falta de dinheiro. O Governo Federal criou o auxílio emergencial, e nas redes sociais apareceram alguns dos que conseguiram promovendo churrasco por conta dos 600 reais. Apareceram notícias, confirmadas, de gente milionária que se candidatou ao auxílio e o recebeu.

Se não tomarmos cuidados, estaremos criando uma geração de inúteis, de gente que vai depender a vida toda da caridade, oficial ou não, dos que trabalham e dão seu suor para seu sustento. Pedir é mais fácil.

Urbem
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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
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