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sábado, 20 abril, 2024

Câncer de Mama em estágio mais grave aumenta 26% no Brasil

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O alerta é da Sociedade Brasileira de Mastologia que revela um aumento de 26% nos casos de diagnósticos de câncer de mama em estágios mais graves no país. O levantamento foi realizado a partir de dados fornecidos pelo Ministério da Saúde. 

A análise aponta também que o principal motivo para a manifestação de novas ocorrências deste tipo de câncer foi a redução no número de diagnósticos realizados no período mais crítico da pandemia da covid-19.

Segundo o médico Carlos Ruiz, da Sociedade Brasileira de Mastologia, já era prevista uma alta nos casos considerados mais graves, mas o registro foi feito antes do esperado pela comunidade médica. 

“A prioridade na época da pandemia era se isolar, mas não é real quem responsabiliza a covid-19 por não ter feito o exame. Obviamente, quem não teve oportunidade de fazer os exames, acaba retardando o diagnóstico e isso tem um peso. Acaba trazendo para as pessoas uma condição de diagnóstico mais tardio, com tumores maiores e comprometimento linfonodal. Na axila, os gânglios, que as pessoas chamam de caroço, mostram, em algumas das vezes, que o câncer pode ter saído da mama e chegado até a axila”, diz Ruiz.

O levantamento também demonstra que em 2020 foram realizadas aproximadamente1,6 milhão de mamografias no Brasil, número 40% inferior aos exames realizados em 2019. Já em 2021, o percentual foi 18% menor do que no mesmo ano. 

Para aumentar a chance de cura de cada paciente, o especialista destaca a importância do diagnóstico precoce da doença até o tratamento dentro do prazo adequado. 

“Nesse momento teremos uma onda de pacientes para se resolver. Só que não podemos ficar só nessa resolução, que também é importante. Não podemos esquecer do diagnóstico precoce, do rastreamento, das mulheres fazerem a mamografia anual a partir dos 40 anos. Então, eu preciso investir numa resolução rápida, ou seja, biópsia e cirurgia e o tratamento como um todo, e o rastreamento, para fazer o diagnóstico precoce”.

Para o especialista, a situação expõe a necessidade de aprimoramento da saúde pública: “Infelizmente no Brasil, os programas de rastreamento que deveriam chegar até a 70% da população não chegam a 30% em média. Estamos muito aquém daquilo que a gente busca como objetivo principal. A média no Brasil do diagnóstico ao tratamento, que tem a lei dos 60 dias, para fazer o diagnóstico e a cirurgia. 

A média do Brasil ultrapassa 130, 140 dias. Em alguns estados, mais de 250 dias. Então, uma mulher com um nódulo mamário, com diagnóstico de câncer, pode esperar quase seis meses para ser operada.

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