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segunda-feira, 25 novembro, 2024

Há 47 anos, acontecia a primeira chamada de telefone celular

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O engenheiro Martin Cooper é tido como o pai dos celulares; ele teria se baseado por um “comunicador portátil” da série Jornada nas Estrelas

Não é o telefone como conhecemos nos dias de hoje. Somente fazia ligações ou as recebia, de forma precária, mas era um começo. As diferenças entre os primeiros aparelhos e os atuais são gritantes. Para se ter idéia, vinte anos depois da primeira chamada feita pelo engenheiro Martin Cooper, em Nova Iorque em 1973, a telefonia celular chegou ao Brasil. Em São Paulo, começou com uma estatal criada para isso, a Telesp Celular.

E era complicado. Primeiro o interessado precisava se inscrever no Banespa (Banco do Estado de São Paulo, também estatal, hoje Santander) e aguardar ser chamado. Quando isso acontecia, ganhava uma carta, uma espécie de autorização para comprar o aparelho, que custava o olho da cara. É só tinha Motorola – aparelho grande, pesado, cuja bateria não durava mais que três horas. E nada de identificar chamada. Por sinal, o engenheiro que inventou o identificador de chamadas, o Bina, trabalhou na Telesp e nunca recebeu um centavo por sua invenção. E se quisesse que o celular identificasse chamada, pagava pelo Bina. Hoje há quase cinco bilhões de celulares no mundo.

Mas voltando à história. Na série Jornada nas Estrelas havia um comunicador portátil, que inspirou Cooper. Havia também um rádio, instalado no relógio de pulso de outra série, de quadrinhos, o detetive Dick Tracy. Pronto o aparelho, Martin Cooper fez sua primeira chamada em Nova Iorque, em 1973. E ligou para alguns concorrentes. “Para o público, parecia coisa de ficção científica. Estávamos amarrados a um cabo em casa ou no escritório por cem anos”, lembra Cooper em entrevista à BBC. “No entanto, nós pensávamos que as pessoas eram fundamentalmente móveis e queriam estar conectadas em qualquer lugar que estivessem. Por isso precisaríamos criar um aparelho nunca feito antes… e tivemos de fazer isso em prazo de três meses. Antes do celular, quando se fazia uma ligação, estávamos chamando um lugar. Agora, estamos chamando uma pessoa. E isso é uma mudança profunda”.

O protótipo do primeiro telefone portátil que Cooper e sua equipe apresentaram foi no hotel Hilton de Nova York, em 1973. Ele era muito diferente e muito mais grosso do que o aparelho de Jornada das Estrelas ou o relógio futurista de Dick Tracy. “Ele media 25 por cinco por dez centímetros e pesava mais de um quilo. Só se podia falar nele por 20 minutos antes do fim da bateria. As pessoas riem hoje mas na época era o que melhor podíamos fazer”, diz Cooper.

Na época, a Motorola era só uma operadora de comunicação modesta. A gigante era mesmo a AT&T. Cooper era funcionário da Motorola. “Estávamos conversando com um jornalista de uma estação de rádio enquanto caminhávamos pela rua e eu realmente não tinha pensando em quem seria a primeira pessoa que eu ia chamar. Então, decidi ligar para Joel Engel, da AT&T”. Era seu concorrente. A Motorola pensava em colocar os telefones nas mãos das pessoas. a AT&T, que já havia desenvolvido a tecnologia de telefonia por células, pensava em colocar nos carros, usando frequências de rádio. “A visão deles era ter cabos conectados em carros, mas para nós a idéia de companhias telefônicas amarrando cabos em nossos carros não fazia o menor sentido”, diz Cooper, que aos 90 anos de idade continua trabalhando.

Resumo da ópera: a Motorola conseguiu lançar seu celular comercialmente só em 1983 – havia muita pressão da AT&T, que queria exclusividade no espectro de frequências para a telefonia celular. “A AT&T era a maior empresa do mundo. Eles tinham dois lobistas em Washington para cada pessoa da comissão federal fazendo lobby a seu favor”, afirma. Cooper tinha contrato com a Motorola, e no contrato, suas criações passariam a ser propriedade da empresa. Se ganhou muito com isso? “Em termos de satisfação, muitíssimo, diz ele. Em termos financeiros, nem tanto”.

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