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terça-feira, 14 maio, 2024

Espetáculo brasileiro do Cirque du Soleil estreia em março

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Nós brasileiros somos muito barrocos”, afirma o arquiteto e cenógrafo Gringo Cardia, responsável pela direção de arte do espetáculo ‘OVO’, que a companhia Cirque du Soleil traz ao Brasil nove anos depois de sua primeira montagem no Canadá.

Assinada por Gringo, pela coreógrafa Deborah Colker e pelo músico Berna Ceppas, a peça é a única montagem brasileira da trupe. “Foi fácil porque o Cirque du Soleil também é barroco. Ele é um barroco mais medieval, um medieval modernizado. O casamento foi perfeito.”

OVO – cujas letras em maiúsculas representam graficamente um inseto visto de frente – põe no palco um ecossistema vivo e colorido de bichos enormes. “Tudo é gigante”, diz Gringo.

“Nesse mundo macro, você olha o gafanhoto e ele é quase um alienígena”, afirma o cenógrafo, que conta ter se inspirado nas memórias de infância, quando brincava com insetos e via ali um mundo particular.

A história do espetáculo, que estreia em março e passa por Belo Horizonte, Rio, Brasília e São Paulo, começa quando a vida de uma comunidade é balançada pelo aparecimento de um ovo misterioso.

A estranha aparição desperta a curiosidade dos habitantes locais e desencadeia o reconhecimento do outro – e, consequentemente, o encontro com o diferente. “O enigma ovo é o enigma da vida”, diz Gringo. “É o começo que todo mundo quer explicar, mas não há nunca uma explicação completa´.” O cenógrafo compara o ovo do Cirque ao monolito usado pelo diretor Stanley Kubrick na famosa sequência inicial do clássico ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’, de 1968.

No compasso da música brasileira, com xote, baião e samba, o espetáculo tem como grande atração uma parede formigueiro gigante, que se converte em palco para a dança dos gafanhotos acrobatas.

O número é inspirado nas célebres performances musculares criadas por Deborah Colker ao fazer de paredes verticais tablado de dança. “O pessoal do Cirque viu em Londres e se apaixonou por ela. Eles queriam de qualquer maneira que a gente fizesse um espetáculo usando aquela técnica”, conta Gringo.

Para o cenógrafo, o Cirque du Soleil, mesmo com a característica grandiosidade de suas produções, manteve a magia primitiva do circo de lona. Ele conta que a companhia mantém olheiros em pequenas cidades do interior de países como Rússia e China à procura de velhos números circenses, alguns em desuso, prontos para virarem matéria de memória. “O Cirque du Soleil tirou o circo da possibilidade de desaparecer”, diz Gringo.

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