Essa qualidade é vital em procedimentos médicos, como mostra o caso recente de contaminação por alumínio em 64 dos 120 dos pacientes que faziam hemodiálise no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, na Grande São Paulo, após um problema no processo de purificação da água usada nas máquinas.
É por meio da água que o sangue dos renais crônicos é filtrado e os pacientes que fazem hemodiálise podem ser expostos a até 9 mil litros por ano. “Se a água não for corretamente tratada, vários contaminantes químicos, bacteriológicos e tóxicos poderão ser transmitidos, levando ao aparecimento de efeitos adversos ou muitas vezes letais”, explica o médico Flávio Nishimaru, do centro nefrológico Renal Quality, de Jundiaí.
Os contaminantes mais preocupantes são o alumínio, o cobre, o bismuto, o arsênico, o cádmio e o zinco, substâncias que podem causar desde intoxicações a problemas neurológicos, anemia, danos aos ossos e problemas no sistema digestivo, entre outros. O alumínio, por exemplo, é uma substância comumente usada nas estações de tratamento de água para agrupar partículas de sujeira em flocos para serem melhor decantadas.
Na Renal Quality, são tratados 35 mil litros de água por semana. Laudos sobre a avaliação de qualidade, explica o médico, são realizados mensalmente por empresa especializada para que todos os padrões estabelecidos sejam atendidos. Instalações, procedimentos, operação e manutenção também seguem rigorosamente as normas.
As especificações para assegurar a segurança dos pacientes são estabelecidas em duas resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão ligado ao Ministério da Saúde: a RDC 154/2004, que traz o regulamento técnico, e a RDC 11/2014, que dispõe sobre as boas práticas de funcionamento dos serviços de diálise.