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segunda-feira, 17 junho, 2024

Água sem tratamento adequado traz riscos para pacientes em hemodiálise

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A água esteve no centro dos debates na última semana com a realização do 8º Fórum Mundial da Água e do Fórum Alternativo Mundial, em Brasília. Os eventos mobilizaram 170 países e mais de 80 mil pessoas. Um dos principais temas em discussão foi o acesso à água de qualidade como direito básico. A importância dos recursos hídricos fica evidente se considerar que cerca de 71% da superfície da Terra é coberta por água em estado líquido, sendo 3% dela doce, e que o corpo humano de um adulto tem entre 60% e 65% de água.
A qualidade da água torna-se especialmente importante em alguns processos, como seu uso em tratamentos médicos. A hemodiálise é um deles. O procedimento é realizado quando os rins já não exercem plenamente a função de filtragem do sangue, que passa a ser feita então por aparelhos. O processo remove resíduos, líquidos em excesso e mantém o equilíbrio químico do corpo.
Essa qualidade é vital em procedimentos médicos, como mostra o caso recente de contaminação por alumínio em 64 dos 120 dos pacientes que faziam hemodiálise no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, na Grande São Paulo, após um problema no processo de purificação da água usada nas máquinas.
É por meio da água que o sangue dos renais crônicos é filtrado e os pacientes que fazem hemodiálise podem ser expostos a até 9 mil litros por ano. “Se a água não for corretamente tratada, vários contaminantes químicos, bacteriológicos e tóxicos poderão ser transmitidos, levando ao aparecimento de efeitos adversos ou muitas vezes letais”, explica o médico Flávio Nishimaru, do centro nefrológico Renal Quality, de Jundiaí.

A primeira ideia que vem à cabeça quando se fala em tratamento de água é aquela que sai das torneiras após passar pelas estações e que, seguidos todos os padrões recomendados, se torna potável, adequada ao consumo humano. Essa água, no entanto, não pode ser usada diretamente na diálise, e deve ser ainda mais pura, livre de qualquer risco de contaminação dos pacientes.

Os contaminantes mais preocupantes são o alumínio, o cobre, o bismuto, o arsênico, o cádmio e o zinco, substâncias que podem causar desde intoxicações a problemas neurológicos, anemia, danos aos ossos e problemas no sistema digestivo, entre outros. O alumínio, por exemplo, é uma substância comumente usada nas estações de tratamento de água para agrupar partículas de sujeira em flocos para serem melhor decantadas.
Na Renal Quality, são tratados 35 mil litros de água por semana. Laudos sobre a avaliação de qualidade, explica o médico, são realizados mensalmente por empresa especializada para que todos os padrões estabelecidos sejam atendidos. Instalações, procedimentos, operação e manutenção também seguem rigorosamente as normas.
As especificações para assegurar a segurança dos pacientes são estabelecidas em duas resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão ligado ao Ministério da Saúde: a RDC 154/2004, que traz o regulamento técnico, e a RDC 11/2014, que dispõe sobre as boas práticas de funcionamento dos serviços de diálise.

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