Custa caro, mas pouco produz para a cidade

Após sete meses, alguns vereadores ainda não disseram a que vieram. Cícero da Saúde é um deles
Um vereador não custa pouco para a cidade. Além de seu próprio salário, conta com três assessores, pagos com dinheiro público, com telefone e gabinete, e sempre que precisar, um carro com motorista. Mas tem vereador que está jogando para a torcida, e sete meses após a posse, nada produziu de útil para a cidade.
É o caso típico de Cícero Camargo da Silva, o Cícero da Saúde. Os números que ostenta seriam para ser motivo de comemoração: 8 moções, 260 indicações, 11 projetos de lei e um requerimento. Mas ao se peneirar tudo isso, a conclusão é só uma – não serviram pra nada.
Uma de suas moções é no mínimo hilária – apela para o Ministério da Saúde para que a vacina da gripe seja aplicada na pessoa interessada. Dos 11 projetos, três chamam a atenção pela redundância. Um deles quer implantar hortas nas escolas municipais – coisa que existe há mais de dez anos.
Outro, proíbe que as pessoas entrem em prédios com face encoberta – há uma lei estadual tratando do assunto. E outro beira o absurdo – quer destinar um percentual das multas de trânsito aos hospitais São Vicente e Universitário. Multa de trânsito é para ser usada em questões de trânsito, determina a lei.
As indicações são vagas, genéricas, como as que pedem a intensificação das rondas da Guarda Municipal, as que pedem estudos para melhorias de trânsito e sistema viário e até a que aponta a instalação de postos da Guarda Municipal nos terminais urbanos, idéia mais que batida.
Mas há outras indicações mais interessantes, como um pedido de vistoria em talude, outro de vistoria em árvore e até o conserto de uma tampa de bueiro. E esse festival de asneiras custa quase R$ 50 mil por mês ao contribuinte.