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sábado, 18 maio, 2024

Juros diminuem, mas rotativo do cartão de crédito atinge recorde

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Dados divulgados nessa quinta-feira (23) pelo Banco Central (BC) apontaram que a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito bateu novo recorde, com mais uma alta neste início de ano. Em janeiro, a taxa atingiu 486,8% ao ano, o maior índice desde o inicio da série histórica do indicador, em março de 2011.
Em dezembro do ano passado, os juros dessa modalidade de crédito, considerados os mais altos do mercado, estavam em 484,6% anuais. Em doze meses, a alta foi de 47,3%. Ainda de acordo com o BC, a taxa de crédito parcelado ficou em 161,9% ao ano – alta de 8,1% em relação a dezembro. Já a taxa média de juros para as famílias brasileiras avançou para 72,7% anuais, 1% a mais na comparação com o mês anterior.
O movimento acontece apesar da série de cortes promovidas pelo Banco Central na Selic, a taxa de juros básica da economia. Agora, o índice está em 12,25% ao ano, conforme anunciado na última quarta-feira (22) pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
No caso do cheque especial, ainda de acordo com o BC, os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com pessoas físicas registraram pequena queda, passando de 328,6% ao ano, em dezembro de 2016, para 328,3% ao ano em janeiro de 2017.
O consultor de negócios e gestão de risco empresarial Fernando Benjamin avalia que os juros altos não explicam, sozinhos, a crise de crédito no País.
“Ela teria sido instaurada, ou agravada, pela retirada de aproximadamente R$ 1 trilhão do mercado, isso em função de o dinheiro utilizado para pagar parte dos empréstimos bancários não ter retornado para a economia ativa. Essa crise de crédito explicaria, em parte, a lentidão na retomada do crescimento econômico brasileiro. Mas, para explicar essa crise de crédito, além dos elementos econômicos, há também outros fatores que devemos considerar”, detalha.
Benjamin pondera que, mesmo que os juros fossem mais baixos, um ponto a ser considerado seriam as garantias. Segundo ele, bens – como imóveis ou equipamentos – ainda são tidos como a garantia mais segura de pagamento de uma dívida.
Todavia, o consultor diz que há diversas variáveis que podem reduzir a segurança ao credor. Um dos pontos está relacionado à avaliação do bem, que sofre depreciação. “E, durante o tempo de vida desse bem, seu valor pode ser ajustado de acordo com o preço de mercado (o que é mais interessante ao credor) ou com a geração de fluxo de caixa, ou seja, a riqueza gerada pelo bem”, detalha.
‘Destravamento’
Ele também aponta que, mesmo que a segurança do empréstimo seja ajustada em termos satisfatórios para ambos os contratantes, a execução desta garantia é outra questão sensível. “Como executar bens móveis que somente são úteis no estabelecimento do devedor, como máquinas e equipamentos? E o bem imóvel de sócio que é considerado bem de família durante o processo judicial?”, questiona.
Desta forma, Benjamin assegura que a definição da taxa de juros não pode ser considerada fator isolado para destravar o crédito no Brasil. Uma saída no âmbito do direito, ele aponta, seria facilitar a tomada de crédito pelas empresas diretamente dos investidores, sem que seja necessário passar pela intermediação bancária.
“Nessa situação, teoricamente, o spread bancário poderia ser dividido entre o investidor, que obteria um retorno maior, e a empresa tomadora do dinheiro, que veria reduzida a taxa de juros do capital”, frisa, salientando que o incentivo ao mercado de dívida seria o primeiro passo para criar a cultura nas empresas brasileiras que resultasse em um sólido mercado de ações.
“Com isso, democratizaríamos os investimentos produtivos, possibilitando que mais cidadãos brasileiros ganhassem com as negociações de ações e com a distribuição de dividendos pelas empresas”, completa.
Via jcnet.com.br

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