Acervo completo – único do Brasil – ficará no Complexo Fepasa, que já conta com parte dele. Ministério fará doação
Jundiaí é considerada o berço da ferrovia no Estado de São Paulo – aqui nasceram, em 1867, a Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, e cinco anos depois, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro (que agora está sendo chamada pelos inimigos da História como Companhia Ferroviária Paulista). A cidade preserva parte dessa história no Complexo Fepasa (Fepasa foi o nome adotado pelo governo paulista após a encampação da empresa, que passou a se chamar Ferrovias Paulistas S/A).
Na terça-feira (24), representantes do Ministério dos Transportes estiveram em Jundiaí e se comprometeram a doar a segunda parte do acerto para a cidade. Mas isso ainda depende de algumas reformas no prédio, as tais adequações de espaço. E assim, Jundiaí será a única cidade brasileira a ter a história completa – e preservada – de uma das mais importantes estradas de ferro do país.
No complexo há um museu, nem tão organizado e nem tão preservado assim. Na parte externa há locomotivas e vagões enferrujando, expostos ao tempo. Muitas peças, antes expostas ou guardadas, acabaram desaparecendo misteriosamente – e não foram embora pelos trilhos.
O museu foi inaugurado em março de 1979 com o nome de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá (que também dava nome à praça que existia em frente à Estação Ferroviária, no final da avenida Barão do Rio Branco, na Vila Arens); em 1995 passou a se chamar Museu da Companhia Paulista.
Mesmo com tantos nomes e mudanças, nunca a empresa se chamou Companhia Ferroviária Paulista. Sequer seus fundadores – barões do café e antigos governos paulistas – cogitaram um dia lhe dar tal nomenclatura. E o interessante nessa visita de terça-feira foi descobrir que existe, no Ministério dos Transportes, uma “Comissão Nacional de Bens Móveis, Utensílios, Equipamentos, Máquinas, Locomotivas e Vagões”. Nada mais produtivo…