Ao completar 20 dias, a administração já identificou R$ 159 milhões em dívidas deixadas pelo antigo governo
A Prefeitura de Itupeva está como uma caixinha de surpresas. Na sexta passada (20), a dívida passou a ser maior que a anunciada no início do ano – agora são R$ 159 milhões. Do total de débitos identificados, R$ 80 milhões são referentes a fornecedores da Prefeitura dos mais diversos segmentos. Os outros R$ 79 milhões dizem respeito ao não-recolhimento do INSS.
Em decreto assinado no começo de janeiro, o prefeito Marcão Marchi determinou a apuração de legitimidade de despesas de exercícios anteriores e restos a pagar, além de suspender por até 90 dias todos os pagamentos de serviços, insumos e demais despesas afim de que a auditoria possa ser concluída.
“Como não tivemos tempo hábil para fazer a transição, não era possível assumir qualquer pendência do governo anterior sem que houvesse uma total apuração. É como entrar na casa nova sem saber antes se ela tem problemas estruturais, débitos… As análises que estão sendo feitas após o decreto focam exatamente nisso: ausência de empenhos, se há problemas nas licitações e contratos, liquidações que não poderiam ser feitas”, afirma o prefeito.
“O governo passado já havia negociado e parcelado a dívida com o INSS, lá atrás. Este acordo, no entanto, também não foi honrado. Isso acarreta complicações na hora de fazer uma renegociação e, pior, o município entra na lista da dívida ativa. Com isso, perdemos a possibilidade de receber recursos do Governo do Estado e também do Governo Federal”, explica Marcão Marchi, preocupado com as consequências do débito.
O levantamento das despesas do governo passado prossegue até que todos os processos, documentos e convênios com o poder público sejam analisados pela nova administração.
