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quinta-feira, 16 maio, 2024

Triplica número de brasileiros com prestação da casa própria atrasada

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Pesquisa do IGEOC revela que 35% dos endividados têm quatro ou mais pendências financeiras

Os atrasos de prestações da casa própria triplicaram no último ano, no Brasil. Atualmente, 15,2% das pessoas com dívidas estão com prestações de imóvel pendentes, contra 5,6% do ano passado. É o que revela a pesquisa anual do Instituto GEOC, que reúne 16 das maiores empresas de cobrança do Brasil. O estudo foi feito com cerca de 2 mil devedores de todos os estados do país.
“Os consumidores afirmam que sonho da casa própria, que se tornou realidade nos últimos anos, acabou gerando este aumento de dívidas agora que o país passa por uma crise financeira e tem alto índice de desemprego”, afirma um dos coordenadores da pesquisa e conselheiro do Instituto GEOC, Jair Lantaller.
Também cresceram os débitos de serviço: luz, telefone, celular, TV a cabo e internet (passaram de 34,2% para 39,8%). Cartão de crédito (com 58,2%) e crédito pessoal (48,7%) ainda lideram e foram as mais citadas pelos entrevistados. “Mudou o perfil de dívida do brasileiro. As pessoas estão perdendo o medo de atrasar utilities por incapacidade de pagamento. Por outro lado, o consumidor tomou mais crédito pessoal e consignado e reduziu as dívidas mais cobradas (veículos e cartão)”, analisa.
O estudo “Devedores do Brasil” aponta ainda que um em cada três brasileiros endividados hoje tem quatro dívidas ou mais, 16,7% têm 3 dívidas, 19,9% citaram 2 dívidas, 24,7% uma dívida e 3,8% não sabem.
Outro dado que a pesquisa revelou foi uma maior consciência do tamanho da dívida. Apenas 10% dos entrevistados não sabem o valor total do que devem, contra 46,7% do ano passado. “Os devedores têm maior conhecimento de suas dividas, pretendem pagar, mas precisam de mais tempo para liquidá-las. 40% dos consumidores disseram que têm intenção de pagar o que devem daqui a três meses ou mais. E 23% declaram não conseguir pagar”, conta Lantaller. Um terço das pessoas consultadas tem dívidas que ultrapassam os R$ 5 mil.
Quando questionados sobre quais medidas irão tomar para quitar os débitos, 30,6% responderam que vão negociar os valores devidos e 29% que pretendem reduzir os gastos. 15,3% querem complementar a renda com outros trabalhos. “Este corte de gastos reflete uma maior consciência financeira do brasileiro”, analisa o coordenador do estudo. “Mas apesar desta consciência, 24,6% dos entrevistados admitiram que foi o descontrole financeiro o responsável pelo aumento das prestações em atraso”. Ainda sobre os motivos que levaram aos atrasos, a queda de renda familiar foi citada por 47,8% dos devedores. ”Podemos dizer que fatores conjunturais – renda menor – somados aos fatores culturais – descontrole de gastos – resultaram no aumento da inadimplência”.
Limpar o nome ainda é o que mais motiva as pessoas a pagarem o que devem. Mas essa que era a preocupação de 70,4% dos entrevistados do ano passado hoje caiu para 45,8%. 20,7% querem pagar a dívida para evitar protestos judiciais e 18,9% para evitar a cobrança por parte do credor. “Na ordem de prioridade de pagamento, as contas de consumo ainda são relevantes, mas vem crescendo a preocupação com a moradia. O devedor está menos preocupado com o cartão de crédito, que caiu para terceiro colocado na ordem de pagamento prioritário”, conta Lantaller.
Sobre a intenção de adquirir novos empréstimos nos próximos 3 meses, 28% responderam que serão obrigados a se endividar ainda mais. “O estudo revelou que os juros embutidos nas prestações é o que mais pesa na hora de pagar a prazo, seguido pelo valor da parcela, citado por 35,1% dos entrevistados”.
Na hora de serem cobrados, os consumidores começam a mostrar preferência pelo WhatsApp e SMS, citados por 24,7% das pessoas. “Os meios digitais proporcionam menor exposição ao devedor, mas a conclusão da negociação ainda é, na maioria das vezes, por e-mail ou telefone”, finaliza Jair Lantaller.

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