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segunda-feira, 17 junho, 2024

Editorial: De Cidade das Antenas ao cabo que não funciona

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Até a metade dos anos 90 Jundiaí era conhecida como Cidade das Antenas. Isso porque os sinais de TV que aqui chegavam eram emitidos na Capital e eram em VHF (Very High Frequency). Isso obrigava todo mundo a ter antenas enormes ou torres gigantescas para tentar ver alguma coisa na televisão, se bem que muita gente já tinha antenas menores, de UHF (Ultra High Frequency) devido aos retransmissores locais.
Era a tecnologia disponível para a época. Até os anos 80, a telefonia capengava. As ligações eram pedidas para a telefonista (tínhamos a Companhia Telefônica Jundiaiense), que marcava hora para completá-las. Uma ligação para a Capital demorava em média um dia. Para Brasília, dependendo da fé e das orações do interessado, uns dois dias. Também era a tecnologia possível na época.
Nesse tempo também não havia computadores. Mas isso tinha explicação – quando os primeiros começaram a ser fabricados por aqui, instalou-se a reserva de mercado. Nada podia ser importado. E éramos obrigados a conviver com o atraso. As máquinas de escrever dominavam os escritórios, e quem tinha uma em casa podia se considerar um felizardo. Era quase que uma ostentação.
Passado tanto tempo, o que mudou? Pouco ou quase nada. A tecnologia evoluiu horrores. As antenas que restaram são em UHF, mas muita gente preferiu assinar TV a cabo ou TV por satélite. Ou, quando possível, ter sua enorme antena parabólica sem precisar pagar assinatura. Mesmo ficando ao sabor dos satélites.
Os telefones fixos passaram a usar o DDD (Discagem Direta à Distância) e depois o DDI (Discagem Direta Internacional) – coisa que possibilitou que se fale com o mundo sem precisar de telefonista ou horários marcados. Apareceu o telefone celular, com o qual é possível fazer quase tudo. Em tese.
As máquinas de escrever foram substituídas por computadores pessoais, pequenos e baratos, por tablets e pelos próprios celulares. Com eles, é possível ver filmes, ter acesso a quase tudo que existe no mundo, e em questão de segundos. Também em tese.
A tecnologia é boa, excelente. O problema são as empresas, as tais operadoras. Elas conseguem atrapalhar qualquer tecnologia e sepultar qualquer pretensão científica. De que adianta o sujeito ter o melhor aparelho de TV do mundo se a operadora (e entenda-se que falamos da Net) não entrega o que promete?
Nada adianta também ter um bom aparelho celular. A Internet brasileira é uma das piores (e mais caras) do mundo. Nem tudo o que as operadoras prometem entregam. A velocidade é baixa, o sinal é péssimo. E isso serve para todas. A essência da telefonia celular, que é fazer telefonemas, é outro lixo. Mas as operadoras não se preocupam com isso.
Todas têm um único propósito – ganhar muito dinheiro, antes que nós acordemos e as boicotemos. Sim, é possível viver sem a porcaria que é exibida na TV e sem telefone celular. Ninguém vai morrer por falta de whatsapp ou facebook. Mas enquanto dormimos, as operadoras arrancam nosso couro.
É o caso de se questionar – pra que tanta tecnologia se aqui nada se aplica? Ou de se questionar os porquês que as inúmeras agências criadas pelo governo, como Anatel, por exemplo, não fiscalizam essa gente. Ou será que ninguém vê que tudo o que nos oferecem está pior do que lixo?
Além de ruins, as operadoras tornam a vida de qualquer assinante um inferno. Caso da Net e da Vivo, que entopem o celular e aparelhos de TV com mensagens insistentes. Melhor seria se entregassem o que foi contratado. Mas aí seria exigir demais.

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