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sábado, 18 maio, 2024

Filha de ex-escrava foi primeira deputada negra do país

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Antonieta Barros, nascida em Santa Catarina, foi a primeira parlamentar e inspira movimentos até hoje

Uma catarinense filha de uma escrava liberta começa aos poucos a ser redescoberta como ícone do movimento de mulheres negras. Antonieta de Barros foi a primeira parlamentar negra brasileira, eleita em 1934. Educadora, jornalista e política, Antonieta junta em sua trajetória, na primeira metade do século 20, três bandeiras caras ao Brasil do século 21: educação para todos, valorização da cultura negra e emancipação feminina.
A história de Antonieta inspira movimentos negros e de mulheres em Santa Catarina, onde nasceu, mas aos poucos chega a outros cantos do país. O documentário Antonieta, da cineasta paulista Flávia Person, lançado no fim de 2015 em Florianópolis, tem previstas várias exibições em março, quando se comemora o mês da mulher. E leva o nome de Antonieta de Barros o prêmio nacional para jovens comunicadores negros criado pela Secretaria da Igualdade Racial do governo federal.
Nascida em 11 de julho de 1901, Antonieta foi a primeira mulher a integrar a Assembléia Legislativa de Santa Catarina e é reconhecida como a primeira negra brasileira a assumir um mandato popular. Sua mãe, escrava liberta, trabalhou como doméstica na casa do político Vidal Ramos, pai de Nereu Ramos, que viria a ser vice-presidente do Senado e chegou a assumir durante dois meses a Presidência da República.
Por intermédio dos Ramos, Antonieta entrou na política e foi eleita para a Assembléia catarinense em 1934, dois anos depois do voto feminino ser permitido no país – acontecimento que acaba de completar 84 anos.
Graças ao esforço da mãe, ela e a irmã Leonor concluíram o que então era conhecido como curso normal, que formava professoras. Antonieta se formou em 1921 e no ano seguinte fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, voltado para alfabetização da população carente e dirigido por ela até sua morte, em 1952. Criou, ainda, o jornal A Semana e dirigiu o periódico Vida Ilhoa, em Florianópolis. Também assinava crônicas com o nome de Maria da Ilha.
Antonieta, o filme, foi selecionado num edital do governo catarinense e ganhou um financiamento de R$ 60 mil. É todo feito com imagens que Flávia localizou em acervos variados, como os da Casa da Memória de Florianópolis e do Museu da Escola Catarinense, além do baú de fotos da família cedidas pelo sobrinho-neto de Antonieta, Diógenes de Oliveira.

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