Máfia da merenda envolve ex-secretário de Educação

Que a merenda escolar é uma tentação para se corromper ninguém duvida. Nem o ex-secretário de Educação
O Ministério Público de São Paulo, junto com a Polícia Civil, está investigando fraudes em contratos para fornecimento de merenda nas escolas estaduais. Pelo que se sabe, há contratos mais que suspeitos na Secretaria de Educação e em 22 prefeituras do Estado.
E já tem gente dando com a língua nos dentes – o ex-presidente da Cooperativa Orgânica Familiar (Coaf), Cássio Izique Chebabi, fez acordo de delação premiada com o Ministério Público. De saída entregou o ex-secretário de Educação, Herman Voorwald. Cássio disse aos promotores que um lobista, Marcel Ferreira Júlio, lhe contou que Herman recebeu R$ 100 mil para não contratar a Coaf e manter uma antiga fornecedora no negócio.
Cássio disse também que um vendedor da Coaf, César Bertholino, foi outro envolvido no escândalo, que também teria dado dinheiro a Herman, o ex-secretário. Herman foi secretário até dezembro, e marcou sua passagem pela bagunça que promoveu ao tentar quase cem escolas estaduais. Agora ele diz que desafia seus acusadores a provar alguma coisa.
Tem mais rolo. Sebastião Misiaria é presidente da União dos Vereadores do Estado de São Paulo e estaria agindo como um intermediador da Coaf, abrindo espaço para a cooperativa nas prefeituras paulistas.
“No final de 2013, Sebastião Misiara intermediou junto à Secretaria de Educação do governo do Estado de São Paulo a contratação da Coaf para fornecimento de suco de laranja no valor de 8 milhões de reais e, muito embora tenha sido feito empenho pelo governo federal naquele valor, justamente pela falta de acerto de propina o pagamento não foi realizado nem o produto fornecido”, afirmou Chebabi. O presidente da Uvesp nega ter operado em favor da Coaf.
Tem mais gente nessa tramóia. Interceptações de conversas telefônicas (grampos) feitas pela Polícia e depoimento dos acusados, citam ainda como recebedores de propinas o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Fernando Capez, o secretário de Transportes Duarte Nogueira, os deputados federais Baleia Rossi e Nelson Marquezelli, o deputado estadual Luiz Carlos Gondim, Luiz Roberto dos Santos, o Moita, e o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Educação de São Paulo, Fernando Padula, exonerado na semana passada.