Incorporada como tema de estudo pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a pesquisa “Infecção vertical pelo Vírus Zika e suas repercussões na área materno-infantil”, desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) e Hospital Universitário (HU), ganhou destaque internacional.
O projeto de Jundiaí, que integra o Consórcio Nacional de Coortes de Zika (Crianças e Gestantes), faz parte de uma rede de polos de pesquisa específicas sobre a arbovirose e atualmente investiga a transmissão do zika vírus em gestantes e suas repercussões nas crianças até o terceiro ano de vida.
Assim que foi implantado em Jundiaí, o projeto pretendia acompanhar 500 gestantes, mas foi ampliado após seis meses, passando a estudar mais 100 mulheres nos períodos de primavera e verão. “O objetivo desta alteração é poder estudar a relação do vírus e suas consequências para as gestantes e seus bebes. As crianças foram acompanhadas por quatro anos”, explica o médico Saulo Duarte Passos, Professor do Depto de Pediatria da Faculdade de Medicina de Jundiaí, que coordena a pesquisa.
Entre as 831 participantes da pesquisa, 58 apontaram resultado positivo para o vírus Zika. Dos 794 partos realizados em Jundiaí, 68 bebês nasceram com microcefalia e passaram a ser acompanhados por uma equipe da Faculdade de Medicina de Jundiaí.
“Hoje já estamos com mais de 800 mães. Ultrapassamos o planejado e continuamos acompanhando as crianças com microcefalia e algumas crianças que nasceram em 2020 e testaram negativo para Zika Vírus”, explica o pesquisador.
Repercussão – A pesquisa realizada em Jundiaí ultrapassou as fronteiras brasileiras e foi apresentada em diversos congressos internacionais. Os dados também foram publicados em revistas especializadas. Além disso, houve parcerias com a Universidades Sul da Flórida, Universidade de Barcelona, London School e Universidade de Santiago de Compostela para a continuidade dos estudos e compartilhamento de dados. O projeto deve ser concluído no final de 2021.