Nas fotografias e na televisão, a família real inglesa é o exemplo de elegância e união. É essa a imagem vendida ao público, não só da Inglaterra, mas de todo o mundo. Não é bem assim. Vira e mexe acontecem os barracos entre príncipes e princesas. A quase centenária rainha Elizabeth II contorna tudo e diz que um escândalo é bom pelo menos para se resolver as coisas. Desde que o príncipe Charles trocou a princesa Diana (considerada um protótipo de beleza) por uma mulher mais velha, Camila Parker, não havia escândalos de porte dentro da família real.
Mas um livro lançado na semana passada, Finding freedom (Procurando a liberdade) já tirou o sono da rainha. O livro já teve trechos publicados nos jornais The Times e Sunday Times. Mas o que os jornais publicaram é só refresco perto da pimenta que deve chegar à rainha. O livro promete detalhes sobre a história da decisão de Meghan e Harry deixarem a vida na corte e seguirem seu caminho com independência. O que todo mundo já sabe é que ambos se sentiam acuados pela imprensa e de certo modo usados, mas até agora não se sabia que eram criticados dentro da instituição por serem muito suscetíveis e francos, como afirmam os autores. No livro, consta que a intenção de Harry e Meghan não era abandonar a monarquia britânica, e sim encontrar seu lugar nela, mas que não foram ouvidos. Acabaram relegados a segundo plano em relação ao príncipe William, coisa que tampouco estranha, uma vez que o irmão mais velho de Harry é o segundo na linha sucessória, ao passo que Harry ocupa o sexto lugar. Os autores do livro são Omid Scobie e Carolun Durand, jornalistas acostumados a cobrir os fatos da realeza.
Nos trechos já divulgados, está a má vontade da mulher do príncipe William, Kate Middleton, em ajudar Meghan a se acomodar no novo meio – ela era atriz de cinema. Nâo havia guerra entre as princesas, mas o clima era de barraco todos os dias. Supõe-se que Meghan e Harry esperavam que a família do irmão fosse uma espécie de suporte na chegada do novo casal ao palácio.
Em aparição durante um evento recente, as princesas posaram de caridosas, mas não trocaram uma palavra sequer. Num culto religioso, no começo de março, Meghan tentou se aproximar de Kate, mas foi solenemente ignorada. O distanciamento entre os irmãos também aconteceu, segundo o livro, devido à atitude de William. Harry se ofendeu quando seu irmão lhe disse: “use todo o tempo que precisar para conhecer esta garota”. Uma frase cujas duas últimas palavras lhe soaram esnobes, distantes da vida real com a qual ele tinha tomado contato durante seus 10 anos de carreira no Exército.
Assessores do palácio fingem não entender o que está acontecendo. Um deles chegou a dizer que o livro não tem validade porque ninguém foi entrevistado. Nem precisava – basta observar fotos em que os quatro príncipes aparecem para notar que há olhares raivosos entre eles. Se reis e princesas brigam, que favelados se sintam mais à vontade para brigar. E nem precisa de biografia.
