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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Combate às máscaras em pandemias é coisa do século passado

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Desconfiança da eficácia das máscaras durante a gripe espanhola levou moradores de San Francisco, nos Estados Unidos, a criar uma Liga Anti-Máscara

Num ponto todos concordam: usar máscaras faciais em época de pandemia como a atual é desconfortável. Mas dentre os que reclamam, muitos desconfiam que as máscaras sejam um meio seguro de prevenir a doença. Não são loucos, nem estão procurando a morte. Não estão sozinhos. Durante a gripe espanhola, quando muitos governos decretaram a obrigatoriedade do uso de máscaras, muita gente as combateu.

Em 1919, por exemplo, quando a pandemia da gripe espanhola se espalhava no mundo, moradores cansados com as restrições, e ainda sendo obrigados a usar máscaras, criaram a Liga Anti-Máscara. Numa reunião no começo de janeiro daquele ano, chegaram a reunir duas mil pessoas. Todas sem máscaras.

Por aqui, cem anos depois, os protestos contra as máscaras são mais calmos e isolados. Nos Estados Unidos o bicho pega. Na cidade de Flint (fica no estado de Michigan), um segurança de loja foi morto a tiros quando impediu uma criança de entrar sem máscara. Em Stillwater, no estado de Oklahoma, foram tantos os protestos e ameaças que o uso obrigatório de máscaras em estabelecimentos comerciais foi revogado.
Para não usar máscara, o pessoal alega um pouco de tudo. Falavam que era violação da liberdade individual, ingerência do governo na vida particular de cada um e até a dúvida sobre a eficácia. Há de se notar que em cem anos o mundo adquiriu mais conhecimentos, a Ciência evoluiu, a Medicina aprendeu. Mas os argumentos de hoje são parecidos com os de cem anos atrás.

Para constar: a gripe espanhola matou 50 milhões de pessoas em todo mundo. Nos Estados Unidos ela chegou pelos soldados que haviam lutado na Europa na 1ª Guerra Mundial. Os americanos demoraram semanas para acordar para o perigo. Como a gripe se alastrou, o uso de máscaras se tornou obrigatório. Mas cada um de seu jeito. Havia até quem costurasse em casa sua própria máscara, com um buraco na altura da boca, para poder fumar. E, como agora aqui no Brasil, nem todos obedeciam.

Por aqui também se notou o afloramento do jeito brasileiro de levar vantagem. Tão logo foi recomendado o uso de máscaras, muita gente mandou os preços para a estratosfera, junto com o álcool em gel. Teve dia que uma máscara de pano foi oferecida, em farmácia, por R$ 30. A farra acabou com a chegada de mais máscaras – e mais álcool em gel – ao mercado. Pelo que se vê, 100 anos foram insuficientes para ensinar às pessoas o que pode ser bom para todos.

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