Che Guevara ainda é um mito, embora não mereça tal rótulo. Argentino formado em Medicina, ajudou Fidel Castro fazer sua revolução em Cuba, foi uma espécie de ministro, andou pela África tentando outras revoluções, que não deram certo, veio para a América do Sul com a mesma intenção e acabou morto na Bolívia.
Em tudo o que se escreveu até agora, Che Guevara é mostrado como herói, e seus inimigos, como vilões – uma contradição à norma que reza que a história é escrita pelos vencedores. No caso, Che foi o derrotado. E de mito não tinha nada: era prepotente, sanguinário e mandou matar um monte de gente.
Caçando Che, de Mitch Weiss e Kevin Maurer é um livro-reportagem que vai na contramão dessa estranha tendência. Jornalistas investigativos premiados com o Pulitzer, os autores reconstituem detalhadamente a operação militar norte-americana que levou à captura e morte de Che na Bolívia, em outubro de 1967, mas do ponto de vista de quem a conduziu.
Maurer é autor também de livro que conta o fim de Osama Bin Laden. No livro de Che, baseado em documentos, está contada toda a armação da Cia e do governo boliviano. E os policiais bolivianos, quando pegaram Che em Las Higueras, não sabiam o que fazer, e nessa falta do que fazer, mataram o sujeito. E aí ele virou herói.