O relatório Global Education Monitor 2024 revela que 49% dos brasileiros reconhecem a educação como uma ferramenta essencial para combater as desigualdades sociais, resultado que está alinhado com a média global.
O estudo também indica que metade dos brasileiros acredita que o ensino superior é eficaz na preparação dos estudantes para suas futuras carreiras, um índice ligeiramente inferior à média global de 53%.
Apesar dessa visão relativamente otimista sobre o papel da educação, apenas 26% da população avalia a qualidade do sistema educacional como boa, enquanto 47% o classificam como ruim.
O desafio
O principal desafio apontado pelos brasileiros foi o acesso desigual à educação, citado por 38% dos entrevistados. Além disso, 35% destacaram a falta de financiamento público como um obstáculo significativo, enquanto 33% mencionaram a infraestrutura inadequada das escolas como uma barreira para o avanço educacional.
A tecnologia
A pesquisa também revelou uma certa desconfiança dos brasileiros em relação ao uso de tecnologia na educação. Cerca de 28% da população acredita que os avanços tecnológicos, como a inteligência artificial, terão um impacto mais negativo do que positivo no futuro do setor educacional.
Em relação ao uso do ChatGPT nas escolas, 30% dos brasileiros apoiam a proibição, enquanto 34% são contrários à medida. Já sobre as redes sociais, 60% defendem a proibição para menores de 14 anos, tanto em ambiente escolar quanto fora dele. Segundo a Ipsos, essa opinião reflete uma preocupação com os possíveis impactos negativos das plataformas no desenvolvimento infantil.
O tema está em discussão no Brasil, especialmente após o anúncio do Ministério da Educação sobre a elaboração de um projeto de lei para proibir o uso de celulares nas salas de aula, visando dar segurança jurídica a estados e municípios que já debatem a medida. No Rio de Janeiro, por exemplo, a proibição já é aplicada na rede municipal de ensino.
A pesquisa Global Education Monitor 2024, conduzida pela Ipsos, entrevistou 1.500 pessoas no Brasil entre 21 de junho e 5 de julho de 2024, com uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais.