O consumo mundial de tabaco registrou uma redução ao longo de uma geração, com a proporção de fumantes diminuindo de uma em cada três pessoas em 2000 para uma em cada cinco em 2022, conforme anunciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última terça-feira.
Este declínio surpreendente ocorreu apesar dos persistentes esforços da indústria do tabaco para influenciar as políticas globais de saúde em seu favor, conforme destacado pela agência de saúde global da ONU.
Houve avanços significativos no controle do tabaco nos últimos anos, mas não podemos nos permitir a complacência”, alertou Ruediger Krech, diretor do Departamento de Promoção da Saúde da OMS. “É surpreendente o quanto a indústria do tabaco está disposta a ir em busca de lucros, mesmo que isso custe inúmeras vidas.”
Conforme destacado pelo relatório global, em 2022, 1,25 bilhão de pessoas com 15 anos ou mais utilizaram tabaco, em comparação com 1,36 bilhão em 2000. A expectativa é de uma diminuição adicional para cerca de 1,2 bilhão de pessoas até 2030, mesmo com o crescimento da população mundial, conforme indicado pelo estudo.
A OMS citou exemplos dos esforços da indústria do tabaco para influenciar os países, incluindo ofertas de apoio técnico e financeiro antes de uma reunião crucial da OMS sobre controle do tabaco no Panamá, em fevereiro.
As regiões com a maior proporção de fumantes são o Sudeste Asiático e a Europa, abrangendo cerca de um quarto da população, segundo a OMS. Em alguns países, como Egito, Jordânia e Indonésia, o consumo de tabaco ainda está em ascensão, conforme revelado pelo estudo.
O relatório, publicado a cada dois anos, ofereceu dados preliminares sobre a prevalência de cigarros eletrônicos, instigando a OMS a instar os governos a implementar medidas de controle semelhantes às do tabaco. A OMS informou que havia pelo menos 362 milhões de usuários adultos de produtos de tabaco sem fumaça em todo o mundo, embora tenha reconhecido que isso poderia ser uma subestimação devido à escassez de dados disponíveis.