O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, revelou detalhes da investigação dos ataques do 8 de Janeiro de 2023, que envolviam planos que previam sua prisão e até sua morte por enforcamento. Relator das investigações sobre pretensões golpistas de manifestantes no Supremo Tribunal Federal (STF), Moraes disse, em entrevista a O Globo, que sua execução estava planejada para ocorrer na Praça dos Três Poderes.
Ao condenar o discurso de ódio e antidemocrático proliferado pelas redes sociais, que fomentaram os ataques que destruíram as sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, Alexandre de Moraes relatou que eram três os planos de que foi alvo.
“O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, detalhou Moraes, um dos principais alvos dos ataques de 8 de Janeiro, que pretendiam anular a eleição e posse de Lula (PT) como presidente da República.
O ministro ainda revela que há inquérito que investiga participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no monitoramento de seus passos, para realizar sua prisão, “quando houvesse necessidade”.
“Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem”, concluiu Moraes.
O presidente do TSE respondeu que mantém o mesmo esquema de segurança utilizado desde quando foi ameaçado por criminosos, ao comandar a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em 2014. Mas aumentou a segurança para integrantes de sua família ficarem protegidos de ataques de pessoas que classificou como golpistas e “doentes”.
“Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente Então, chegam muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos. Preferem ameaçar as meninas e sempre com mensagens de cunho sexual. É um povo doente”, disse o ministro, na entrevista a O Globo.