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domingo, 6 outubro, 2024

Editorial: Que sirvam de lição

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Começaram na quarta as Paralimpíadas do Rio. Pra quem não sabe, as Paralimpíadas são competições entre atletas com deficiências físicas. Uma forma de inclusão, de provar que é possível para quem não tem um braço ou uma perna não só ter vida normal, mas também competir em esportes considerados de ponta. Com algumas adaptações, mais que lógicas e necessárias, mas possível.
O que chama a atenção é o número de atletas que teve braço ou perna amputados. Ou seja, atletas que não nasceram deficientes – tornaram-se deficientes. Boa parte desse grupo é resultado de acidentes de motocicleta.
Se alguém observar o comportamento de nossos motoqueiros, principalmente os que entregam lanches e pizzas nas noites de finais de semana, poderá concluir que logo teremos mais atletas paralímpicos do que propriamente os olímpicos. A maioria abusa do direito de viver, vive abraçada com o perigo e com a imprudência.
Se se acidentarem ou morrerem sozinhos, quem vai chorar é a família. Ou os amigos. O problema é que podem envolver gente que não tem nada com esse espírito de aventura, com essa imprudência. Parece haver dois códigos de trânsito – um para os motoristas, outro para os motoqueiros.
O código da maioria determina que ultrapassagens devem ser feitas pelo lado esquerdo; o dessa gente manda ultrapassar onde der, seja pela direita ou pela esquerda. O código oficial manda conservar distância prudente do veículo à frente; o deles manda se enfiar em qualquer brecha.
O código oficial também recomenda civilidade e prudência. Educação seria o básico. O deles manda quebrar espelho do carro do motorista a chutes, xingar à vontade e, se estiver sozinho, chamar a patota para a terrível vingança. O código deles criou algo impensável – o corredor entre os carros. E que ninguém ouse trafegar por esse corredor.
Mas é bom deixar claro que existem motoqueiros e motociclistas. Esses últimos não costumam abrir escapamento de suas motos, não trafegam pela direita, obedecem sinalização e respeitam os demais. Já os primeiros…
Quem sabe agora, vendo as competições paralímpicas, esses simpáticos motoqueiros não tirem lições? Quem sabe se enxerguem numa cadeira de rodas ou de muletas por causa de suas aventuras nas ruas? Ou seria exigir demais?
Em tempo – Escolas, prefeituras e ONGs costumam promover com alguma frequência Olimpíadas de Redação. Fica a sugestão: tem tanta gente burra, semi-analfabeta, que fala e escreve de forma errada, que poderiam criar as Paralimpíadas de Redação. Seria a Língua Portuguesa com o máximo de suas deficiências.
Ganharia o mais ignorante, os que escrevem menas gente, os que afirmam que o carro é pra mim dirigir, e até aqueles que um dia já procuraram tratamento para o nervo asiático. Receberia com pompa e circunstância o Troféu Jumento do Ano. Os demais podem ficar com medalhas com a seguinte inscrição: É nóis, mano!

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