O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deu início nesta segunda-feira (17), a uma série de ações pelo país com o objetivo de reivindicar a realização de uma reforma agrária no país.
Por meio de marchas, ocupações e vigílias, o grupo invadiu ao menos nove fazendas – sendo oito delas no estado de Pernambuco, consideradas latifúndios improdutivos pelo movimento – e sete sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Minas Gerais, Alagoas, Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
Denominado de Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, o grupo promete a realização de marchas e vigílias nas cinco regiões do país num intuito de “reafirmar o compromisso da luta contra a fome, trazendo para o centro da discussão política o acesso à terra”.
Através de publicação no site oficial do grupo, o diretor nacional do movimento, Ceres Hadich, afirmou que o Brasil é o “país do latifúndio, com maior índice de concentração de terras” e declarou que a reforma agrária é uma “dívida histórica com os povos do campo”.
Ao explicar as invasões às sedes do Incra, Hadich ressaltou que espera uma sinalização do governo para que o Planalto atenda as demandas das famílias acampadas. “Queremos que o Ministério do Desenvolvimento Agrário apresente medidas concretas e um cronograma de ações para os quatro anos”, disse.
Em uma das invasões, um grupo de 660 famílias ocupou uma área pertencente à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em nota, o órgão informou que as terras integram um programa chamado Embrapa Semiárido e que as terras têm sido utilizadas para pesquisas de material genético.
Já no Espírito Santo, aproximadamente 200 famílias invadiram uma área na cidade de Aracruz. Além das invasões no Incra, o grupo também protestou na entrada da Assembleia Legislativa da Bahia com um contingente de 400 pessoas.
Já na capital mineira, o grupo exigiu a demissão do superintendente Batmaisterson Schmidt, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o MST, 100 mil famílias vivem em acampamentos no Brasil, sendo algumas destas com mais de 10 anos nesta situação. “O governo pode resolver essa situação com maior celeridade”, cobrou o dirigente.